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Em carta aberta, Lula diz ser vítima de ‘atos injustificáveis de violência’

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Texto divulgado pelo ex-presidente chama a atenção por tom conciliador com o Judiciário

Agência O Globo

SÃO PAULO – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nesta quinta-feira à noite uma carta aberta ao país em que se diz inconformado com a divulgação dos últimos grampos pela Lava-Jato, mas também confiante na isenção da Justiça. Essas foram as primeiras palavras do petista depois que tomou posse como ministro da Casa Civil e, horas depois, teve a nomeação suspensa. A carta chamou a atenção pelo tom conciliador de Lula em relação ao Judiciário, algo muito diferente da postura adotada por ele em recentes pronunciamentos.

“Nas últimas semanas, como todos sabem, é a minha intimidade, de minha esposa e meus filhos, dos meus companheiros de trabalho que tem sido violentada por meio de vazamentos ilegais de informações que deveriam estar sob a guarda da Justiça. Sob o manto de processos conhecidos primeiro pela imprensa e só depois pelos diretamente e legalmente interessados, foram praticados atos injustificáveis de violência contra minha pessoa e de minha família”, diz Lula na carta.

Depois de ser flagrado em escutas dizendo que ministros do Supremo Tribunal Federal se “acovardaram”, Lula faz no texto um gesto à Corte.

“Por acreditar nas instituições e nas pessoas que as encarnam, recorri ao Supremo Tribunal Federal sempre que necessário, especialmente nestas últimas semanas, para garantir direitos e prerrogativas que não me alcançam exclusivamente, mas a cada cidadão e a toda a sociedade”, afirmou. Mais adiante, ele volta à Suprema Corte: “Não espero que ministros e ministras da Suprema Corte compartilhem minhas posições pessoais e políticas.”

O ex-presidente destaca que sempre valorizou a “independente e harmônica entre os Poderes da República”. E continua, num tom diplomático: “Dos membros do Poder Judiciário espero, como todos os brasileiros, isenção e firmeza para distribuir a Justiça e garantir o cumprimento da lei e o respeito inarredável ao estado de direito”.

Mesmo em relação ao juiz Sérgio Moro, da Lava-Jato, Lula mantém o discurso ponderado apesar das críticas. “Não me conformo que o juízo personalíssimo de valor se sobreponha ao direito”, diz ele em trecho do texto.

O petista termina carta com palavras de esperança. “Os tristes e vergonhosos episódios das últimas semanas não me farão descrer da instituição do Poder Judiciário. Nem me farão perder a esperança no discernimento, no equilíbrio e no senso de proporção de ministros e ministras da Suprema Corte”.

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