Por Houldine Nascimento / Blog do Magno Martins
O Governo de Pernambuco decidiu suspender por 60 dias as férias dos servidores da saúde. O ato foi publicado no Diário Oficial do Estado na última sexta-feira (28) e passa a valer a partir de 1º de fevereiro (próxima terça).
Até o momento, 32.961 profissionais da rede pública de saúde em Pernambuco testaram positivo para a Covid-19, conforme levantamento feito pelo portal Marco Zero a partir dos boletins epidemiológicos. Só em janeiro deste ano, foram mais de 1,1 mil servidores diagnosticados com o coronavírus.
Com o avanço da variante ômicron e o surto de gripe, as unidades de saúde apresentam taxa de ocupação média de 81%, segundo o boletim divulgado hoje pela Secretaria Estadual de Saúde. Se considerarmos apenas as UTIs ocupadas por pessoas diagnosticadas ou com suspeita de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), sobe para 85%.Com o percentual elevado, o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) recomendou ao Governo do Estado que proibisse festas, reuniões, cerimônias, formaturas e todo tipo de aglomeração.
Orientação semelhante foi feita ainda em dezembro de 2021 pelo Comitê Científico do Consórcio Nordeste, hoje presidido pelo governador Paulo Câmara (PSB). Entre as recomendações, o cancelamento do Carnaval. “AINDA NÃO EXISTEM ARGUMENTOS COM BASE CIENTÍFICA PARA QUAISQUER ATIVIDADES PRESENCIAIS QUE GEREM AGLOMERAÇÕES QUE INVARIAVELMENTE VIOLAM OS PROTOCOLOS DE SEGURANÇA SANITÁRIA”, trazia o documento em caixa alta.
Contrariando a ciência, o Governo de Pernambuco permite diversas aglomerações em festas privadas, como as ocorridas neste fim de semana. Na Arena de Pernambuco, administrada com recursos que saem do pagamento de impostos, ou seja, do suor dos pernambucanos, houve ontem uma festividade para milhares de pessoas, intitulada Fika Trankili (confira na foto acima).
Também ontem, no Recife Antigo, ocorreu outra festança (Bloco do Caos). Sem falar na celebração do casamento de Pedro Campos, que integra o grupo político no poder em Pernambuco. Em todas as festividades, as pessoas estavam sem máscara e aglomeradas, por mais que aleguem testagem do público e vacinação.
Diante disso, o secretário estadual de Saúde, André Longo (ou qualquer autoridade do Governo de Pernambuco), não tem moral alguma para cobrar o cumprimento dos protocolos à população, pois eles, que estão no poder, são os primeiros a não seguir as determinações, zombando do povo.
