Início Notícias Lula discutia pessoalmente esquema na Petrobras, diz Pedro Corrêa

Lula discutia pessoalmente esquema na Petrobras, diz Pedro Corrêa

479
alt

altInstituto Lula chama declaração de narrativa falsa e diz que Pedro Corrêa tenta evitar pena.

Folha de São Paulo / Foto Divulgação

O ex-deputado e ex-presidente do PP Pedro Corrêa, preso em Curitiba (PR) pela Operação Lava Jato, afirmou, em documentos que integram seu acordo de delação premiada, que o ex-presidente Lula discutia pessoalmente o esquema de corrupção da Petrobras.

Ele também citou vários deputados, senadores, ministros, ex-ministros e ex-governadores envolvidos em esquemas de corrupção, além de ter confessado que recebeu dinheiro desviado de mais de 20 órgãos ligados ao governo federal.

As informações foram publicadas nesta sexta (27) pela revista “Veja”.

Segundo a publicação, Corrêa relatou que parlamentares do PP se rebelaram com o avanço do PMDB nos contratos da diretoria de abastecimento na época em que a área era dirigida por Paulo Roberto Costa.

Um grupo teria ido ao Palácio do Planalto para falar com Lula e reclamar da “invasão”. De acordo com Corrêa, o então presidente passou uma descompostura nos deputados dizendo que eles “estavam com as burras cheias de dinheiro” e que a diretoria era “muito grande ” e tinha que “atender os outros aliados” pois o orçamento era muito grande. Segundo a publicação, os caciques do PP se conformaram quando Lula lhes garantiu que a maior parte das comissões seriam dirigidas para a sigla.

A revista também diz que, confirme o relato de Corrêa, Lula ordenou que os partidos se entendessem. O ex-deputado, representando os interesses do PP, reuniu-se com a alta cúpula do PMDB para tratar da partilha. O senador Renan Calheiros (AL) é apontado como um dos primeiros a ser procurado para acertar “o melhor entendimento na arrecadação”.

Segundo a publicação, Corrêa revelou ter feito o mesmo com outros caciques da legenda, como o deputado Eduardo Cunha (RJ) e com o senador Romero Jucá (RR).

“Veja” também traz um relato de Corrêa sobre uma reunião com a participação dos diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa (área de abastecimento) e Nestor Cerveró (área internacional), com o lobista Jorge Luz, os senadores Renan Calheiros, Romero Jucá, Jader Barbalho (PMDB-PA) e o atual ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), em 2006.

No encontro, os caciques da sigla apresentaram uma conta de US$ 18 milhões em propina para apoiar a continuidade de Costa e Cerveró na estatal. O valor teria que ser repassado antes da campanha eleitoral daquele ano e, segundo o delator, a sigla recebeu efetivamente US$ 6 milhões.

A matéria diz que Corrêa contou que Eduardo Cunha recebeu US$ 6 milhões e que Henrique Eduardo Alves ficava com parte de tudo o que era arrecadado pelo PMDB no esquema. 

alt

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here