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Paulo Câmara abandona a Universidade de Pernambuco – UPE

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Foto: reprodução

A atual situação da Universidade de Pernambuco – UPE merece uma completa preocupação por parte de todo corpo discente e docente. Alunos e professores estão sendo gravemente prejudicados pelos sérios problemas que a nossa universidade está passando. Escassez de professores em diversos cursos e campus da UPE somada à negligência relacionada à atual gestão do governo do Estado de Pernambuco preocupa e prejudica a instituição. Diante das situações expostas e a importância que elas apresentam para a manutenção da qualidade da formação dos estudantes da UPE, vimos a necessidade de expressar, através deste manifesto, a demanda por respostas, explicações e soluções por parte da Secretaria de Administração e do Governo do Estado de Pernambuco. Em 2020, a normalidade ficou um pouco distante de nossa sociedade.

A pandemia trouxe consigo, além de lamentáveis perdas, muitos ensinamentos em relação ao comportamento e à organização social dos humanos em comunidade. Além dos desafios e descobertas ao redor do planeta, a crise trazida pela pandemia demandou e, ainda demanda; responsabilidade, ação e comprometimento por partes daqueles que administram uma sociedade de forma legítima. E com a Universidade de Pernambuco não é diferente, mesmo antes da crise, passávamos por problemas relacionados ao orçamento, como falta de concursos para professores efetivos, pesquisa e cortes nas despesas gerais de manutenção da Universidade. Como qualquer crise, esta expôs ainda mais os problemas presentes dentro do segmento de ensino superior do Estado. Nos preocupamos imensamente com os problemas deixados por ele uma vez que estamos cada vez mais nos aproximando do retorno das aulas presenciais.

A falta de professores e a falta de transparência com tudo que interessa à universidade fez com que a redação do presente manifesto se tornasse necessária. FALTA DE PROFESSORES Entre os 54 cursos disponíveis na UPE, 276 disciplinas iniciaram o ano letivo 2020 sem docentes suficientes para lecionar as aulas. Um dos principais, se não o principal campus atingido por este problema foi o Benfica, cujos alunos encontraram o quadro de professores defasado antes mesmo do início do ano letivo, envolvendo cerca de quase 40 disciplinas entre a POLI e FCAP, nos turnos da manhã e da noite. Esta defasagem é gerida pelo atual governo do estado de Pernambuco, que autorizou a não renovação dos contratos dos professores temporários sem ter um plano de complemento imediato desse quadro.

O primeiro período teve mais da metade do seu quadro incompleto e, com isso, não tiveram o acesso às aulas e nem as explicações por parte do governo do Estado e da Secretaria de Administração (SAD), acarretando em muita decepção nos novatos que tinham a Universidade de Pernambuco como um exemplo de instituição pública a ser seguida. A medida foi tomada sem nenhum tipo de organização e planejamento para suprir a defasagem e a adversidade na qual os alunos foram submetidos, prejudicando diretamente todo o corpo discente da nossa Instituição.

Além de tudo, apesar da pandemia, são 10 (dez) meses de ineficiência e procrastinação dos responsáveis, que não demonstram a devida necessidade de resolver esse problema adverso presente na Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco (FCAP) e Politécnica de Pernambuco (POLI) desde de fevereiro de 2020.

DEPOIMENTOS DOS ALUNOS

-“Decepcionada, pois se passaram 8 meses e ainda não resolveram o problema da defasagem de professores, o que deixa os alunos preocupados e desmotivados.” Relata a estudante Fabiana Guedes de Almeida.

– “As atuais condições da UPE são absurdas. Desde o início do período, estamos sem muitos professores e desde o início do isolamento social estamos sem aulas, o que tem comprometido todo o ano letivo. Por fim, as bolsas estudantis ainda foram cortadas, comprometendo a realidade financeira de muitos alunos em um momento de crise. Espero que o Governo do Estado atue de alguma forma para mudar toda essa situação que é lamentável e que só demonstra o desrespeito e a desvalorização da educação.” Conta a estudante Marcella Mendonça Guerra.

– “Considero que a universidade deixa a desejar em alguns aspectos, como o suporte aos alunos que moram longe e a toda essa situação de falta de professores. Também faltam recursos como computadores e materiais para aulas práticas, e, pelo menos no prédio onde eu estudo, não existem muitas condições de acessibilidade. Entrando também no assunto da retomada às aulas, considero que a estratégia considerada possui equívocos e deveria ser reconsiderada, estudada com mais calma.” É o que pensa o estudante Vitor da Silva Cezário.

– “A questão da falta de professores é gritante e nos desmotiva muito. Também a permanência de alguns professores que só prejudicam os estudantes é um fator desmotivador.” Expressa a Maria Karla Thayla da Silva.

– “Em relação à situação dos professores, é de suma importância que seja resolvida logo para que todas as cadeiras sejam pagas sem problemas.” Foi o que escreveu o Gabriel de Alceu Fischer. – ‘’Acho um absurdo uma universidade conceituada como a UPE passar 4 meses sem resolver a questão da falta de professores.’’ É a opinião da aluna Júlia Landim.

– ‘’A situação atual da UPE revela apenas o real valor que a educação tem para o governo do estado: nenhum. É difícil acreditar que, diante dessa dificuldade, a “solução” encontrada para lidar com o problema tenha sido ignorar o máximo possível as necessidades dos alunos, não apenas ignorar mas também cortar verbas, praticamente obrigando os DAs com apoio dos outros estudantes a fazer esse manifesto na tentativa de assegurar nossos direitos. A falta de professores precede o cancelamento das aulas, qual é a justificativa para isso? E até quando seremos ignorados e jogados de lado dessa forma?’’ Disse a aluna Beatriz Gonçalves.

– ‘’ A falta de professores é um problema desde o início do ano letivo e passados 7 meses, nada foi resolvido.’’ Segundo a aluna Heloísa Viana de Melo Moraes.

– ‘’ Destaco que seguimos sem a maioria dos professores em alguns períodos, fato que atrasará a conclusão da formação de diversos alunos.’’ Falou o aluno Thullyo Lima Xavier.

DECLARAÇÃO OFICIAL Diretório Acadêmico de ADMINISTRAÇÃO

No dia 22 de maio de 2020, o Diretório Acadêmico de Administração da FCAP-UPE, de forma oficial, declarou por meio de uma nota a insatisfação perante à defasagem no quantitativo do corpo docente da Faculdade de Ciências da Administração e Direito desde o início do ano letivo de 2020. Hoje, exatamente 10 (dez) meses após a nota, reiteramos nosso pedido de solução, transparência e, principalmente, comprometimento por parte da Secretaria de Administração e do atual governo do estado de Pernambuco. Fomentando este pedido e demonstrando novas pendências, viemos por meio deste documento oficial cobrar publicamente todas as demandas de alunos e professores da única e respeitada universidade pública estadual que sejam cumpridas de forma imediata. Não aceitaremos uma solução paliativa, como sempre fazem, exigimos que professores de qualidade, concursados e efetivos façam parte da nossa formação.

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