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O risco de Lula trair Marília

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Por Magno Martins

Nem os mais próximos ao ex-presidente Lula acreditam na sua fidelidade canina à tese de candidatura própria em algumas capitais, entre as quais Recife, onde o PT tem uma longa e vergonhosa dependência do PSB, estando mais para sublegenda de aluguel. Por isso, não será surpresa se em algum momento antes das convenções, marcadas para o próximo mês, não tenha uma recaída de amor socialista e abandone o barco de Marília Arraes.

Segunda deputada federal mais votada no Estado, Marília, como se sabe, é pré-candidata do PT de Lula e cúpula nacional, não do PT local, que mantém fidelidade canina ao PSB como legenda alugada para o que der e vier. Quem esteve recentemente com Lula sentiu que ele não é mais aquela baraúna resistente que se apresentava aos apelos do PSB, que vão do governador Paulo Câmara ao prefeito Geraldo Júlio, passando, principalmente, pela viúva Renata Campos.

Nos últimos dias, na medida em que as eleições se aproximam, Renata vai mostrando que o legado do poder de Eduardo é seu, não transfere para ninguém. Fala com Lula na hora que quer e deseja. Interfere em decisões que julga prejudiciais ao projeto do filho João Campos de chegar à Prefeitura do Recife sucedendo a Geraldo Júlio, o poste eleito por Eduardo. Lula está sendo convencido por ela que Marília não é páreo para o filho e que tende a morrer na praia.

Sustenta-se na tese do voto de estrutura. O PSB detém as máquinas do Governo do Estado e Prefeitura do Recife, a maior bancada de vereadores e o maior número de candidatos a vereador, traduzido na linguagem de “um exército de cabos eleitorais” trabalhando dia e noite pela vitória de João e, conseqüentemente, a manutenção do PSB numa das maiores vitrines entre as capitais nordestinas.

Renata reprovou e deu um puxão de orelha no presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, que se fez gente lá atrás carregando a pasta do ex-governador Miguel Arraes. De forma açodada, o subalterno afirmou que o PT seria o vetor de divisão da esquerda nas eleições presidenciais, porque estava irredutível nas alianças municipais. Chegou a dizer que o PT não contasse com o apoio do PSB em nenhuma das capitais. O ataque provocou uma reação imediata do PT.

Mas não o suficiente para afastar Lula de vez do PSB. Renata, Câmara e Geraldo estão absolutamente convencidos de que Lula não foi contaminado e que estará no palanque de João Campos, porque tem chances de resgatar seus direitos políticos perdidos na prisão, para disputar a Presidência da República, mais uma vez, em 2022, com apoio velado do PSB.

Augusto Coutinho, o cunhado vermelho… – Nos bastidores da oposição no Recife ninguém consegue assimilar o comportamento do presidente estadual do Partido Solidariedade, Augusto Coutinho. Casado com a irmã de Mendonça Filho, pré-candidato do DEM, Coutinho, mesmo com tamanho parentesco, não está integrando o exército para eleger o cunhado, mas agarrado ao palanque do pré-candidato do PSB, João Campos, supostamente por causa de cargos. Recentemente, quando esteve com o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, que pode decidir o acordo da oposição em favor de Mendonça, este ouviu uma cobrança sutil do apoio de Coutinho, que está fechado com os socialistas no Recife.

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