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Ignorando pressões, Petrobras anuncia novo reajuste dos combustíveis

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Foto: reprodução

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (17) um novo reajuste nos preços cobrados para as distribuidoras em todo o País. O preço médio da gasolina aumenta 5,18% e passa de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro, já a partir de sábado (18). O preço médio do diesel aumenta 14,26%, de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro.

“Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,81, em média, para R$ 2,96 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,15 por litro”, diz nota da estatal.

O último reajuste da gasolina nas refinarias, o segundo do ano, foi há quase 100 dias, em 11 de março, de 18,7%, quando passou de R$ 3,25 para R$ 3,86. Já o último aumento do diesel tinha sido em 10 de maio, e foi de 8,8%, quando os preços nas refinarias se elevaram de R$ 4,51 para R$ 4,91. Será o quinto aumento desde o início do ano, o último tendo ocorrido há 38 dias.

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), sem os reajustes, a defasagem do preço do diesel em relação ao mercado internacional já chegava a 18% e, da gasolina, a 14%.

Decisão ignora apelos do presidente Bolsonaro e de parlamentares

A decisão da companhia petrolífera ignora os apelos do presidente Jair Bolsonaro, que ainda nesta sexta-feira lembrou da greve dos caminhoneiros de 2018 e alertou para o risco de a Petrobras “mergulhar o Brasil num caos” com a política de paridade internacional de preços dos combustíveis. A intenção do governo era que a companhia aguardasse a sanção presidencial do Projeto de Lei 18/2022, já aprovado pelo Congresso, que limita a 17% o teto da cobrança do ICMS dos combustíveis, em todos os estados e o Distrito Federal. Até 31 de dezembro de 2022 haveria uma compensação paga pelo governo federal aos estados pela perda de arrecadação.

Sem a prática de preços de mercado, defendeu a Petrobras, no início do mês, “não há estímulo para o atendimento ao mercado brasileiro pelos diversos agentes do setor”. “Dessa forma, a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado é condição necessária para que o país continue sendo suprido sem riscos de desabastecimento pelos diversos agentes”.

O presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL), que defendeu recentemente a privatização da Petrobras, a quem acusa de praticar lucros abusivos e não ter função social, convocou reunião de líderes para a próxima segunda-feira, 20, para discutir a política de preços da petrolífera, que chamou ironicamente de “República Federativa da Petrobrás”. “Um país independente e em declarado estado de guerra em relação ao Brasil e ao povo brasileiro, parece ter anunciado o bombardeio de um novo aumento nos combustíveis”, escreveu no microblog Twitter.

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