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Em rara entrevista, José Ramos condena corrupção e analisa governos Paulo Câmara e Bolsonaro; ouça

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“Políticos como os de outrora hoje fazem falta ao Brasil”; ex-governador de PE conversou nesta quarta-feira (03), com o radialista Roberto Gonçalves na Arari FM
Por Roberto Gonçalves / Foto: arquivo familiar

Atualmente morando no Recife e afastado da política há vários anos, o araripinense e reservado ex-governador de Pernambuco José Ramos, concedeu nesta quarta-feira (03), uma raríssima entrevista ao radialista Roberto Gonçalves, no programa Araripina Urgente da Arari FM.

O ex-gestor que também ocupou a presidência da Assembleia Legislativa de Pernambuco – Alepe, na década de 1980, analisou o governo Paulo Câmara, o início da gestão Jair Bolsonaro, falou da reforma da previdência e condenou a corrupção desenfreada que tomou conta da política brasileira.

Governo Paulo Câmara

– As esperanças não são tão boas. Todos temos acompanhado a recessão por que passa o país como todo, e sabemos das dificuldades financeiras que os estados e municípios passam nesse período. Hoje os recursos são escassos e consequentemente o poder de investimento são de minutos, daí porque não alimentamos muita esperança de que coisa melhores possam acontecer num curto período. A previsão é de que se o Congresso aprova as reformas para alí remetidas, possa haver uma luz no fim do túnel – frisou.

Presidente Bolsonaro

– Como disse, tudo agora depende do Congresso Nacional. Se os parlamentares aprovarem as reformas apresentadas pelo governo de Jair Bolsonaro, nós começaremos a trilhar no caminho certo. Entretanto, se o Congresso não atender a formulação proposta pelo Governo Federal, que é também uma aspiração da sociedade brasileira, aí, nós andaremos mal. Mas vamos ter esperança. A esperança como se diz, é a última que morre – analisou.

Corrupção

– A situação hoje é vergonhosa. Felizmente a justiça brasileira tem sido implacável no combate a corrupção. A prova é, que temos ex-presidentes presos, governadores, senadores e deputados que participaram do esquema montado pelo PT durante os anos que governou o Brasil. Mas esperamos que a justiça continue combatendo veementemente esses atos de improbidade administrativa, e por isso aguardamos melhores dias para nossa pátria – disse.

Ouça abaixo a entrevista na íntegra:

Dona Socorro com José Ramos e o filho Breno Ramos – Foto: arquivo familiar

José Muniz Ramos nasceu em Araripina (PE), no dia 22 de setembro de 1939, filho de Manuel Ramos de Barros e de Maria de Lurdes Muniz Ramos. O pai, do Partido Social Democrático (PSD), foi duas vezes prefeito de Araripina (1948-1952 e 1958-1962). Os tios, Sebastião Muniz Falcão e Djalma Falcão, foram respectivamente governador de Alagoas (1955-1960) e deputado federal (1982-1986) e senador (1998-).

No governo Muniz Falcão, José Muniz Ramos desempenhou diversos cargos administrativos. Secretário do Departamento de Assistência Social do Estado (1960-1962), e delegado do Instituto do Açúcar e do Álcool (1963), transferiu-se para a secretaria geral da Prefeitura Municipal de Maceió (1964), tornando-se secretário do Tribunal de Contas de Alagoas (1965).

Bacharel em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Alagoas (1966), chefiou a assessoria jurídica do Complexo Industrial Clementino Coelho, em Petrolina (1967-1969). Gerente das Indústrias Coelho S.A. (1969-1970), elegeu-se deputado estadual na legenda da Aliança Renovadora Nacional (Arena), assumindo o cargo em fevereiro do ano seguinte. Titular da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça, reelegeu-se em 1974. No exercício do seu segundo mandato fez parte da Comissão de Administração Pública da Assembléia Legislativa e exerceu a vice-liderança da bancada. Em 1975, a convite do Departamento de Estado norte-americano, participou de vários simpósios sobre estudos políticos.

Conquistou seu terceiro mandato em 1978, e com a extinção do bipartidarismo, em novembro de 1979, e a conseqüente reformulação partidária, filiou-se ao Partido Democrático Social (PDS), sucessor da Arena. Líder do governo e depois presidente da Assembleia Legislativa, em maio de 1982 foi empossado no governo de Pernambuco, quando o governador Marco Maciel e o vice-governador Roberto Magalhães se desincompatibilizaram para concorrer a uma cadeira no Senado e ao governo do estado. José Muniz Ramos permaneceu à frente do Executivo estadual até 15 de março de 1983, transferindo o cargo para Roberto Magalhães.

Presidente do Banco de Desenvolvimento de Pernambuco (1985-1986), candidatou-se pela legenda do Partido da Frente Liberal (PFL) a vice-governador, na chapa encabeçada por José Múcio Monteiro. Embora contando com o apoio de 120 dos 167 prefeitos pernambucanos e de políticos da expressão de Marco Maciel, que então ocupava o cargo de ministro-chefe do Gabinete Civil da Presidência da República, José Múcio foi derrotado nas eleições de novembro de 1985 pelo candidato do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), o ex-governador e deputado federal Miguel Arrais.

Em outubro de 1990, José Ramos Muniz candidatou-se novamente a deputado estadual, ainda na legenda do PFL, obtendo uma suplência. Exerceu o mandato de abril de 1991 a junho de 1992, período em que ocupou a liderança do governo Joaquim Francisco (1991-1995). Secretário do diretório regional do PFL, não disputou mais nenhum cargo eletivo.

Em agosto de 1999 foi nomeado para o conselho de administração da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF). Dois anos depois, assumiu a superintendência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em Pernambuco.

Filou-se ao Democratas (DEM), de Pernambuco, legenda que substituiu o PFL, no início de 2007.

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