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Delator diz que Humberto Costa recebeu propina no Ministério da Saúde

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As vantagens indevidas foram pagas, segundo o relato, durante o período em que o petista ocupou o cargo de ministro da Saúde, entre 2003 e 2005

Por: Folhapress / Foto: Roberto Stuckert Filho

O ex-subsecretário de Saúde do Rio César Romero afirmou nesta quarta-feira (8) que o senador Humberto Costa (PT) recebia propina do empresário Miguel Iskin, que atua no setor de próteses e equipamentos médicos. As vantagens indevidas foram pagas, segundo o relato, durante o período em que o petista ocupou o cargo de ministro da Saúde, entre 2003 e 2005.

Romero firmou acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal e prestou depoimento em ação penal que apura o desvio de R$ 16 milhões na Secretaria de Saúde do Rio durante a gestão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).

Ele disse que o esquema implantado na secretaria estadual reproduziu o que já havia funcionado no Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia) a partir de 2002, período em que o ex-secretário Sérgio Côrtes ocupou o cargo de diretor. A propina paga a Costa teria ocorrido nesse período.

“Eu soube de alguma coisa de relacionamento dele, dando valor, para o então ministro Humberto Costa”, disse Romero.

O delator disse que os pagamentos se referiam a uma mudança numa portaria relacionada ao Projeto Suporte – programa do Ministério da Saúde que previa envio de médicos do Into para a realização de atendimentos e cirurgias em outros Estados.

A alteração da norma permitiu que o Into comprasse equipamentos para a realização das intervenções.

“A modificação dessa portaria foi fruto de comemoração entre Miguel, eu e Sérgio. Isso representaria a vinda de orçamento para a compra de equipamentos importados. A alteração dessa portaria foi feita pelo relacionamento, quem conseguiu foi Miguel Iskin”, disse Romero. Ele disse que a celebração foi realizada numa “casa de massagens” em São Paulo.

Durante as investigações da Operação Lava Jato, Côrtes enviou e-mail para Iskin afirmando que “nossas putarias têm que continuar”. O Ministério Público Federal entendeu a mensagem como uma forma de obstrução de Justiça – o ex-secretário estaria tentando combinar versões para uma delação conjunta. Côrtes e Iskin afirmaram que o texto tenho cunho unicamente pessoal.

“Meu chapa, você pode tentar negociar uma coisa ligada à campanha. Pode salvar seu negócio. Podemos passar pouco tempo na cadeia… Mas nossas putarias têm que continuar”, dizia a mensagem de Côrtes para Iskin.

Cabral, Côrtes, Iskin, Romero e outras três pessoas respondem a ação penal em decorrência da Operação Fatura Exposta, desdobramento da Lava Jato no Rio.

O ex-secretário já reconheceu ao Ministério Público Federal ter recebido propina de Iskin e devolveu US$ 4,3 milhões à Justiça, como revelou a Folha há três meses.

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