Início Notícias Após extinção da Delegacia Anticorrupção em PE, delegada soma incertezas sobre seu...

Após extinção da Delegacia Anticorrupção em PE, delegada soma incertezas sobre seu futuro

1240

'Silêncio absoluto', afirmou Patrícia ao JC sobre seu futuro na função / Foto: Divulgação

Fechamento da delegacia gerou polêmica e foi alvo de protestos. ‘Silêncio absoluto’, afirmou Patrícia ao JC sobre seu futuro na função
Foto: Divulgação
JC Online

Em entrevista ao JC, a delegada Patrícia Domingos, que estava à frente da Delegacia de Polícia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp) há três anos e 10 meses, afirmou que ainda não sabe qual será o seu destino após sua extinção. A decisão foi aprovada em segunda instância na última quarta-feira (31), na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). “Ninguém conversou com a gente, ninguém conversou nada. Silêncio absoluto”, disse Patrícia.

“Eu gostaria de saber o que vai acontecer. Não faço ideia do que vai acontecer. Inclusive, gostaria de saber e não tenho essa informação. É fogo, né?”, acrescentou.

No período em que teve Patricia encabeçando as operações em Pernambuco, a Decasp realizou 15 operações, com 49 gestores públicos e empresários presos, mais de R$ 3 milhões em espécie apreendidos e R$ 10 milhões em bens bloqueados.

EXTINÇÃO

Por 30 votos a favor e seis contra, a Decasp foi extinta junto com a Delegacia de Crimes contra a Propriedade Imaterial (Deprim), para criação do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco). O projeto, encaminhado e aprovado em regime de urgência – sob protestos de vários órgãos de fiscalização, delegados e movimentos sociais que temem a descontinuidade das investigações sobre crimes de corrupção – prevê duas novas delegacias vinculadas ao departamento, uma com atuação na capital e Grande Recife e outra no interior.

“Tivemos a preocupação de dar início à análise do material apreendido, pois ficamos com medo de que, com a extinção da Decasp, não houvesse ninguém para fazer isso e o material perecesse, até porque o inquérito está concluso”, explica o promotor de Justiça Frederico Magalhães, do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do MPPE. “Estamos catalogando o material, não temos prazo para concluir a análise e enviar à Justiça”.

DRACO

Projeto de lei que prevê a extinção das Delegacias Especializadas de Combate à Pirataria e a de Combate aos Crimes contra a Administração Pública (Decasp), para criação de um Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco) está causando polêmica no meio policial. Encaminhado pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na semana passada, o PLO nº 2066/2018 foi classificado como um “retrocesso” pela Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe).

O chefe da Polícia Civil, Joselito do Amaral, explica que o projeto criando o Draco prevê duas delegacias (uma para capital e Grande Recife e outra para o interior) que absorverão as atribuições das duas unidades extintas e ampliarão suas competências, ajustando-se à Lei Federal nº 12.850, de 2013. “Elas não só vão apurar e repelir crimes contra a corrupção, mas também outras infrações contra a administração pública, como o peculato. Vão atuar em qualquer crime de organização criminosa”, afirma.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here