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Odebrecht: O PT marcava as cartas, tivemos que ajudar a roubar

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16 empresas são acusadas de corrupção e cartel na Petrobras.

Diário do poder

O ex-diretor da Galvão Engenharia Erton Medeiros da Fonseca afirmou em depoimento à Justiça Federal, em Curitiba, em ação penal da Operação Lava Jato, que foi ameaçado pelo doleiro Alberto Youssef, em 2011, para que a empreiteira não atrapalhasse a construtora Norberto Odebrecht, em um processo de contratação de R$ 1,8 bilhão com a estatal nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

“Teve duas licitações em 2011, que foi o último contato que tive com o senhor Alberto Youssef onde ele me procurou dizendo que estava a mando do diretor (ex de Abastecimento) Paulo Roberto Costa para me ameaçar, dizendo que iam ter duas licitações e que não era para incomodar a Odebrecht”, disse Fonseca, diante do juiz federal Sérgio Moro – que conduz os processos da Operação Lava Jato -, na quarta-feira, 6.

“Foi quando isso?”, quis saber o juiz.

“Meio de 2011. Não era para incomodar a Odebrecht, que uma dessas obras seria da Odebrecht. Não me falou qual, só que não era para incomodar”, respondeu o executivo da Galvão Engenharia, uma das 16 empresas acusadas de corrupção e cartel na Petrobras.

Fonseca é réu junto com dois sócios e outro executivo da empreiteira. Ele estava preso preventivamente, desde 14 de novembro de 2014, em Curitiba (sede da Lava Jato). Desde a semana passada ganhou direito de cumprir a prisão em regime domiciliar – benefício dado pelo Ministério Público Federal aos demais executivos do cartel que estavam encarcerados.

A obra no Comperj citada por Fonseca é a de construção do pipe reck (suporte para as tubulações de interligação do complexo), no valor de R$ 1,8 milhão. O contrato foi assinado pelo consórcio Pipe Reck, liderado pela Odebrecht – em parceria com a Mendes Júnior e UTC Engenharia -, no dia 2 de setembro de 2011.

Alvo de investigação da Lava Jato desde o ano passado, as obras do Comperj envolvem boa parte das 16 empreiteiras do cartel. A construção do complexo foi um dos maiores empreendimentos individuais da história da Petrobras, com valor estimado de investimento em 2012 de US$ 8,4 bilhões.

Localizado no município de Itaboraí, no Rio, o Comperj passou por uma fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU), que chegou a recomendar a paralisação dessa obra “por indícios de sobrepreço no valor de R$ 516,3 mil, que corresponde a 27,6% do valor do contrato”.

Líder

Os investigadores da força-tarefa da Lava Jato avaliam que as revelações de Fonseca reforçam as suspeitas de envolvimento da Odebrecht e de seu papel de liderança no esquema de cartel e corrupção na Petrobras.

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