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O embate entre Rodrigo Maia e Tadeu Alencar

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O deputado Tadeu Alencar (PSB-PE) travou um embate com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) no início da sessão que discute a reforma da Previdência, nesta terça-feira (9), no Plenário. Usando seu tempo de líder do PSB na tribuna, Alencar acusou o presidente da Câmara de usar de violência contra o seu partido e o PCdoB, ao encerrar a sessão que tratou da regulamentação da vaquejada, sem dar espaço aos líderes das duas legendas. Ao final do discurso do socialista, Rodrigo Maia rebateu as acusações.

“A sessão anterior foi encerrada sem que a palavra fosse dada a essa liderança do PSB”, disse Alencar na tribuna se dirigindo a Maia. “Vossa excelência, no colégio de líderes, disse que iria prorrogar por mais uma hora a segunda sessão do dia e terminou impedindo que a liderança do PSB e do PCdoB pudessem usar seus tempos.”

No discurso, Tadeu Alencar acusou o presidente da Câmara de ferir o regimento da Casa. “no início da sessão nós fizemos aqui uma questão de ordem. E vossa excelência fere, de modo flagrante, o regimento interno da Câmara dos Deputados, porque não houve o interstício cumprido de duas sessões. Ficou muito claro que o indeferimento, sem qualquer motivação que vossa excelência fez, é uma violência com quem faz, de modo cuidadoso e regimental, uma questão de ordem”, acusou o deputado pernambucano.

No discurso, Tadeu Alencar sugeiru que a manobra de Maia seria fruto da falta de vantagem de votos que ele e os apoiadores da reforma da Previdência dizem ter no plenário. “Isso revela, sem dúvida nenhuma, uma coisa que foi alardeada, a vantagem que se tem em relação dos votos da reforma da Previdência. Vossa excelência, que, embora sempre admitiu a sua concordância com essa proposta, e com essa agenda para o Brasil, mas está aqui numa situação de árbitro. Não pode ajeitar a bola com a mão para permitir que isso se faça sem os devidos cuidados.”

Alegando que o PSB tem ciência dos problemas fiscais, Tadeu Alencar criticou a reforma, dizendo que ela não ataca privilégios. “Cadê os privilégios que ninguém disse aqui onde é que estavam? Onde é que estão os privilégios que vossas excelências disseram que combatiam com essa proposta? Ela é cruel com os mais pobres, nós temos o dever, as oposições aqui nessa Casa de fazer a denúncia política. Essa é a nossa responsabilidade”, disse.

Resposta de Maia

Ao final do discurso, Rodrigo Maia usou o microfone da Presidência para dizer que, diferentemente do que foi acusado, não haveria hipóstese de tomar qualquer decisão que não fosse respaldada pelo secretário-geral da Mesa, “nem a favor de um lado nem a favor de outro”.

“A nossa decisão é baseada no Regimento”, disse Maia.

Segundo ele, não contando o prazo da sexta-feira, conta-se o prazo da segunda-feira e da primeira sessão do dia de hoje.

“Eu deixei que ela (a sessão anterior) corresse até o final para que não existisse nenhuma dúvida de que ela ocorreu pelo tempo completo. E assim completando a segunda sessão para que a gente comece a partir de agora”, disse.

Depois de descer da tribuna, Tadeu Alencar tentou retrucar as alegações do presidente, mas Maia alegou que agora era a vez dele falar.

“Até porque vossa excelência me agrediu. O senhor sabe que respeito o Regimento, diferente de muitos agora que chegaram com placas, em desrespeito ao regimento da Câmara dos Deputados.”

Antes de finalizar sua resposta, Maia ainda aproveitou para dar uma alfinetada no socialista pernambucano que alegou que a reforma não ataca privilégios.

”Esse projeto, deputado, tem coisas que ainda precisam ser resolvidas. Vossa excelência tem oportunidade de apresentar um destaque supressivo e tirar a regra de transição dos servidores do Regime Próprio para que todos se aposentem como todos os deputados se aposentarão, com 65 anos de idade. Será uma demonstração em defesa dos mais pobres em detrimento dos que ganham mais.” (Por Leonardo Spinelli, editor assistente do Jornal do Commercio)

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