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Compesa em xeque no Sertão do Pajeú

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Foto: reprodução

Esse é o ciclo mais desafiador da gestão da Compesa no Pajeú. Desde a crise com a seca que atingiu barragens como Brotas e Rosário, a distribuição não era tão questionada.

Uma pesquisa do programa Rádio Vivo, da Rádio Pajeú, quis saber qual era o pior serviço prestado na região. Com mais de 65% das opiniões, a Compesa conseguiu ser mais citada que empresas de telefonia celular, imprestáveis por natureza e a Celpe. Em resumo, há flagrante descontentamento da sociedade com a estatal na região.

Cada cidade tem um motivo pra chamar de seu. No Alto Pajeú, Brejinho aguardou meses por uma operação para ligar o ramal da segunda etapa da Adutora do Pajeú e distribuir água à cidade. Dentre críticas de interferência política – o prefeito Gilson Bento é adversário de Zé Vanderlei – a atrasos no cronograma, a água finalmente chegou dia 26 de agosto. Mas a alegria deu lugar à tristeza. Após a paralisação do Eixo Leste pelo Governo Federal, a volta da água foi interrompida por problemas na Adutora.

Itapetim entrou no bolo, por conta do mesmo problema no ramal, ficando até 25 dias sem água. Pior, a população não tinha onde buscar água e a estatal não mandou um pipa sequer.

Em São José do Egito, um dos problemas é a ETA subdimensionada. A paralisação na Adutora do Pajeú só piorou o que já precisava de suporte. Bairros altos choraram cerca de 30 dias sem água.

Em Quixaba, até o prefeito Zé Pretinho, que fala só o necessário, soltou o verbo. Diz que cumpriu todas as exigências da Compesa para a obra que promete melhorar a distribuição na cidade, mas está vendo o povo sofrendo com a água que chega em média a cada 30 dias. A empresa precisa fazer logo o que prometeu. O povo não aguenta mais.

Em Tabira, enquanto ruas como a Deca Marques chegavam a 18 dias sem água, vazamentos eram registrados em áreas como a da Cohab.

Em Carnaíba, Itã, Ibitiranga e algumas áreas urbanas se queixaram muito essa semana. Querem uma explicação para a demora na distribuição.

Em Afogados da Ingazeira, a pelo menos um mês a ladainha é a mesma na Rádio Pajeú. Esta semana, por exemplos, a crítica veio de áreas como a da Cadeia Pública. O maior problema foi a mudança do cronograma. Antes, cada área sabia o dia da semana em que a água chegava às torneiras. Agora, cada semana tem um calendário diferente. Leigos e até rodados jornalistas tem dificuldade de entender e explicar a mudança.

Em um grupo de jornalistas da região, e em entrevistas, a Compesa tem estimulado a população a baixar seu aplicativo acompanhar o cronograma. Ou ligar para os canais de atendimento. Seria uma tentativa de tentar evitar tanta exposição negativa. Em vão. Muitos não dominam a tecnologia ou não conseguem pelos demais canais. E vão pra rádio reclamar, com todo direito de saber o que ocorre a cada queixa.

Pelos relatos recentes, há boas perceptivas. Mário Heitor, Diretor de Interior da Compesa, afirmou recentemente à Rádio Pajeú que há muitas obras estruturadoras sendo projetadas para melhorar a distribuição em toda a região.

Aqui, a Compesa garante que a semana que começa será de menos críticas com o fim das sequelas da paralisação do Governo Federal da Adutora por cerca de dez dias. Também promete por exemplo, 80% de Afogados da Ingazeira sem rodízio num futuro breve.

É obrigação o crédito de confiança. Mas isso não tira a de constatar. Esse verbo transitivo direto significa “descobrir a verdade”, “verificar”. Com base nele, hoje é obrigatório dizer que a Compesa vai mal com a sociedade, com a opinião pública e a própria imprensa da região, de saco cheio de tentar apresentar respostas às tantas queixas. Cabe à Compesa agir para mudar essa impressão e nos fazer trocar de verbo. Mãos à obra!

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