O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou nesta quarta-feira (27) a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) em 1,5 ponto percentual, para 7,75% ao ano. Esta é a sexta alta consecutiva da Selic desde março, quando teve início a trajetória ascendente da taxa de juros. É também a maior alta da Selic em 19 anos, desde a primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República. É a maior taxa de juros desde setembro de 2017.
A decisão desta quarta já era esperada pelo mercado financeiro por causa da persistente pressão inflacionária e, sobretudo, pela confirmação de que o governo vai adotar uma manobra fiscal para burlar o teto de gastos e aumentar o valor a ser pago pelo Auxílio Brasil.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou uma alteração no índice que corrige o teto de gastos que abrirá espaço no orçamento para atender à pressão do presidente Jair Bolsonaro por um benefício de R$ 400 no Auxílio Brasil. O novo programa social do governo vai substituir o Bolsa Família. A mudança foi inserida na PEC dos precatórios, que já passou por comissão especial e pode ser votada pelo plenário da Câmara.
Nas últimas duas reuniões, o Copom havia optado por uma alta de um ponto percentual, mas desta vez o entendimento foi que a dose do remédio contra a inflação deveria ser maior.