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Quem elege é pobre feliz

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Foto: reprodução

Por Magno Martins

Duas pesquisas ao longo da semana passada mudaram o astral do presidente Bolsonaro e de seus aliados. A primeira apontou que seria reeleito em 2022, sem dificuldades, longe do segundo lugar, que seria o ex-ministro Sérgio Moro. A outra revelou algo que já era esperado: a melhoria da avaliação do seu Governo influenciada pelo pagamento do coronavoucher, a ajuda de R$ 600 e o dobro, quando se trata de um beneficiário em família, para trabalhadores da informalidade.

Num País de miseráveis, a mão amiga que chega na hora do aperreio nunca será esquecida. Quando Lula traçou o plano de perpetuar o PT no poder estendeu os programas sociais da era FHC num pagamento só: a Bolsa-Família. Alavancou não apenas a sua reeleição, quando estava ferido de morte por causa do mensalão, como teve a incrível capacidade de eleger e reeleger um poste, a ex-presidente Dilma. O PT só foi desbancado do poder porque Lula e sua quadrilha roubaram muito.

A eleição de Bolsonaro não foi mérito do capitão. Na verdade, foi o voto anticorrupção, o voto anti-roubalheira. Qualquer candidato que tivesse ido ao segundo turno contra o petista Fernando Haddad, o pior prefeito da história de São Paulo, venceria. No transcorrer da campanha, Bolsonaro ganhou também outro ingrediente para garantir a vitória: a facada tomada covardemente quando participava de um ato de campanha em Juiz de Fora (MG).

Enganam-se os que imaginam a não reeleição de Bolsonaro por erros, entre eles a bomba Queiroz, a má gestão do Covid, a sua língua incontida. Isso atrapalha, mas não decide, sobretudo se ele conseguir cumprir a promessa da ampliação da Bolsa-Família, continuar ajudando o Nordeste com programas sociais, na conclusão de obras fundamentais para a região, como a Transposição do São Francisco e a Ferrovia Transnordestina.

Esta semana presenciei nas ruas do Recife populares chamando Bolsonaro de “pai dos pobres”. Isso se deu também com Lula no auge da Bolsa-Família. Só quem não teve essa capacidade foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por condução equivocada na comunicação. FHC colocou em prática muitos programas sociais, entre eles o Vale Gás, mas não teve a capacidade de Lula de capitalizar esse eleitorado nem se apresentar também como um pai generoso da pobreza.

Se continuar distribuindo renda e ajudando quem mais carece de políticas públicas, especialmente de uns trocadinhos a fundo perdido no cartão de saque da CEF todo mês, Bolsonaro já pode, desde já, preparar o terno da posse, até porque estamos assistindo a uma oposição difusa, sem nomes competitivos e sem um discurso convincente.

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