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Herança petista: Hemobrás repete padrão de problemas da refinaria, transposição e Transnordestina

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Partidos e políticos de PE que denunciam as manobras do atual ministro da Saúde,  antes estavam no barco do PT, dando suporte aos governos Lula e Dilma. Na época, imperava o silêncio.

Pinga Fogo – JC Online / Foto: divulgação

Para além da inesquecível imagem do dinheiro atirado de um prédio, em meio a uma operação realizada pela Polícia Federal no Recife, a Hemobrás simboliza um enredo repetitivo nas megaobras públicas federais do PT. Mude o nome do projeto e a história é igual: a obra parte de uma ideia muito importante, é executada com ritmo e planejamento questionáveis, e aí vêm desperdício, suspeitas de faturamento e de corrupção. Ao final, fica o pepino de obras paradas ou incompletas, um rombo sem pai nem mãe.

De novo, são projetos importantes, mas com execução questionável. Só em Pernambuco, o enredo se repetiu na refinaria, transposição, ferrovia Transnordestina, Petroquímica Suape e na Hemobrás, que acumula uma dívida de R$ 550 milhões e precisa de R$ 200 milhões para ser concluída. A obra já custou R$ 834 milhões e só há 70% de execução física, com 60% dos equipamentos prontos.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), promete uma solução para as dívidas e para a conclusão da obra a um custo alto: beneficiar seu reduto eleitoral com uma segunda fábrica, orçada em US$ 200 milhões, na cidade de Maringá (PR). Essa outra fábrica tiraria de Pernambuco o coração da Hemobrás, a produção do fator recombinante. Para os técnicos a ideia é um despropósito, uma nova distorção na ficha da estatal.

No Estado, partidos e políticos que denunciam as manobras de Barros antes estavam no barco do PT, dando suporte aos governos Lula e Dilma Rousseff – incluindo PTB e PSB. Na época, imperava o silêncio.
Mas hoje o Planalto está sob o impopular presidente Michel Temer (PMDB). É fácil falar alto. E os erros anteriores? E a dívida, os erros e suspeitas que fizeram o custo dobrar para mais de R$ 1 bilhão? Do longo silêncio de antes, ninguém fala.

Todo mundo se vê como mocinho. O próprio Barros se apresenta como um pragmático que vai destravar a Hemobrás. Mas o que sobra nessa história é omissão, sem pai nem mãe.

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