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Após Lula apoiar Marília, presidente do PT no Recife mantém defesa de aliança com PSB

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Foto: Blog do Roberto

Em entrevista, Lula disse que o partido terá candidatura própria nas eleições municipais do Recife e que, ‘Marília [Arraes] deve ser candidata’

Por Amanda Miranda, do Blog de Jamildo / Foto: Blog do Roberto

Favorável à aliança com o PSB, o presidente do PT no Recife, Cirilo Mota, minimizou o peso da declaração do ex-presidente Lula em apoio à candidatura da deputada federal Marília Arraes à Prefeitura do Recife. Para Mota, o debate sobre o cenário local será iniciado após a reunião marcada entre os dois grupos do partido na capital e Lula, em São Paulo, na próxima terça-feira (26). “Um ponto de vista não altera em nada na conjuntura”, disse.

A executiva municipal do PT aprovou uma resolução este mês favorável à manutenção do partido na Frente Popular, coligação liderada pelo PSB. A posição final, no entanto, cabe ao diretório e à executiva nacional.

Em entrevista ao UOL publicada neste domingo (26), Lula afirmou que “o PT não pode abrir mão de ter uma candidatura própria em Recife” e citou o nome de Marília Arraes. “Se ela não for para o segundo turno, ela apoia o João Campos ou outro candidato que fizer aliança com o PT”, disse.

De acordo com Lula, o cenário deve se repetir em outras capitais do Nordeste, entre elas Fortaleza, João Pessoa, Natal, Salvador.

Cirilo Mota discorda dessa estratégia e afirma que o PT deve ter aliança com partidos progressistas contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a extrema-direita. Esse também é o argumento do senador Humberto Costa, favorável à aliança que ele articulou em 2018, quando foi reeleito na chapa do governador Paulo Câmara (PSB).

Na última eleição, a executiva nacional do PT barrou a candidatura de Marília Arraes para que o partido voltasse ao grupo, mesmo após delegados locais da sigla terem defendido a postulação dela. “O saldo positivo foi construído num campo de alianças. Queremos que seja avaliado esse fato concreto”, defendeu Cirilo Mota.

Em 2018, além da reeleição de Humberto Costa, o PT voltou à Câmara dos Deputados, com a eleição de Marília Arraes e de Carlos Veras.

Aliança

Aliados históricos, PT e PSB romperam no Recife em 2012, quando o ex-governador Eduardo Campos, primo de Marília Arraes, aproveitou uma crise entre os petistas para lançar a candidatura do atual prefeito, Geraldo Julio (PSB). Nas prévias, o PT havia decidido lançar João da Costa – hoje favorável à aliança – à reeleição, mas, sob intervenção da executiva nacional, o partido optou pela candidatura de Humberto Costa com João Paulo – agora no PCdoB depois de deixar o partido por causa dos conflitos envolvendo a articulação pela candidatura de Marília Arraes em 2018.

Nacionalmente, o fim da aliança foi em 2013, para viabilizar a candidatura dele em oposição a Dilma Rousseff (PT). Em 2014, o PT entrou na chapa de Armando Monteiro Neto (PTB), derrotado pelo governador Paulo Câmara (PSB). Naquele pleito, nenhum deputado federal foi eleito pelo partido. Para 2020, o PT voltou a ficar dividido. “Tem que analisar essa linha do tempo. Não ganhamos sozinhos, não podemos ir para nenhuma disputa isolados”, disse Cirilo Mota. “A gente sabe que em 2012 perdeu a eleição por uma leitura talvez não respeitando conjuntura local”.

Disputa PSB x PT

À Rádio Jornal, a deputada federal Marília Arraes voltou a defender, na última semana, uma candidatura do Partido dos Trabalhadores à Prefeitura do Recife e fez críticas à gestão do PSB no Estado e na capital.

“Tem sido tratado dentro do PT a possibilidade de lançar candidatura nas principais capitais e o Recife é uma das que o PT aponta maior probabilidade de estar no segundo turno. É estar na disputa, pois time que não joga não tem torcida”, disse a petista em entrevista à Rádio Jornal na manhã desta sexta-feira (24).

Sobre Geraldo Julio, a deputada federal deputada disse que o prefeito do Recife precisa parar de colocar a culpa dos problemas da cidade nas costas do governo federal. “A questão nacional tem um peso na eleição, mas o que não pode é ficar jogando a responsabilidade para o governo federal. Temos que tomar as rédeas. Em 2016, Geraldo disse que a culpa de tudo era do PT, disse ”tira essa mulher” com Dilma Rousseff, reclamou que o governo não tinha ajudado e agora em 2018 fizeram campanha colocando culpa em Bolsonaro”, comentou.

OUÇA A ENTREVISTA COM MARÍLIA ARRAES

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