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Coronavírus no Brasil: escolas fechadas pelo dobro do tempo que a maioria dos países

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Foto: reprodução

Enquanto a maioria dos países fechou suas escolas por pouco mais de 20 semanas, o Brasil teve a capacidade de dobrar a marca. Aqui, as crianças e adolescentes permaneceram longe das salas de aula por 40 semanas durante o ano da pandemia. A conclusão é de um relatório da Unesco sobre os impactos provocados no setor pela covid-19, divulgado neste domingo, 24, pelo jornal O Globo.

Segundo reportagem, o tempo em que as escolas permaneceram fechadas no Brasil só se equipara ao de países como Argentina, Chile, Moçambique e Etiópia. Os Estados Unidos, que registra o maior número total de casos e óbitos com a doença, não ultrapassou 38 semanas.

De acordo com a Unesco, aproximadamente 800 milhões de estudantes no mundo tiveram o calendário escolar prejudicado pela pandemia. As instituições de ensino passaram, em média, 2/3 do ano letivo fechadas. “Mais da metade dos estudantes no mundo ainda enfrentam interrupções de aulas”, diz a reportagem. “O fechamento total das escolas ainda atinge 31 países. Em regime parcial, outros 48. Em abril de 2020, no pior momento da pandemia, 190 nações fecharam suas instituições de ensino”.

Audrey Azoulay diretora geral de ensino da Unesco, avalia que o fechamento prolongado das escolas causa impacto psicossocial crescente nos alunos, o que traz consequências como perda de aprendizagem e risco de evasão, sobretudo entre os estudantes de condições mais vulneráveis. “Interromper as aulas deve ser o último recurso”, afirma. “A reabertura, feita com segurança, precisa ser uma prioridade”.

Um relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) feito em parceria com a Unesco e divulgado em dezembro do ano passado, concluiu que a maioria das escolas nos países da América Latina e do Caribe não apresentavam tamanho de sala de aula suficiente para permitir a aplicação dos protocolos de distanciamento físico para um retorno seguro às aulas presenciais. “Cerca de 1,3 milhão de estudantes da educação básica não têm acesso à água potável, nem em suas casas nem na escola”, informa o documento. “É urgente que os países da região invistam na melhoria da infraestrutura escolar, com o objetivo de oferecer saneamento básico e condições de higiene”.

Desde o começo da pandemia até as vésperas do início do ano letivo de 2021, prefeitos e governadores tiveram quase um ano para sanar essas carências. Ao que tudo indica, muito pouco foi feito.

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