Início Notícias Indústria farmacêutica descarta novos reajustes nos preços dos medicamentos em 2022

Indústria farmacêutica descarta novos reajustes nos preços dos medicamentos em 2022

518
Pills and capsules in medical vial

Aumento do segmento chegou a 10,89%, provocado pela elevação da taxa da energia elétrica e também pela variação do câmbio

Por Jovem Pan

A indústria farmacêutica descarta novos reajustes nos preços dos medicamentos em 2022. No início do mês, a câmara de regulação do setor autorizou um aumento de até 10,89% acima da inflação do ano passado. O índice aplicado depende da faixa do produto, da matéria-prima e até do mercado internacional. O presidente executivo do sindicato da indústria de produtos farmacêuticos (Sindusfarma), Nelson Mussolini, explica que o cálculo também está ligado a custos como os de energia elétrica. “Este ano, a recomposição chegou a 10,89%. Ela é calculada com base na inflação, IPCA, mais a variação dos índices intrassetores, que nós temos energia elétrica e câmbio. Você sabe que a energia elétrica e câmbio sofreram muito no ano passado, tiveram aumentos muito grandes, e isso impactou o nosso cálculo, que ficou em teto de 10,89%”, comenta.

O presidente do Sindusfarma lembra que o teto equivale aos remédios de tarja vermelha. De acordo com Nelson Mussolini, 95% dos insumos utilizados no Brasil são importados. “Hoje, os grandes produtores de insumos farmacêuticos ativos, o chamado IFA, que ficou muito famoso na pandemia, ele vem primordialmente da China e da Índia. Outros países do mundo, Estados Unidos, estão muito preocupados com isso. Países desenvolvidos estão muito preocupados com isso. Porque esta é uma indústria que fabrica em tonelada para vender em miligrama. Então, ela precisa ter um mercado consumidor forte para que ela ser sustentável, porque senão ela não é sustentável  e os custos ficam muito altos. Então os países estão olhando isso com muito cuidado”, comenta.

Nelson Mussolini acrescenta que a indústria nacional era mais autossuficiente até os anos 1990a. O presidente executivo do Sindusfarma destaca que o setor conseguiu atender as demandas da pandemia da Covid-19. “Foi uma guerra que nós enfrentamos. Uma guerra precisa de soldados. Os soldados foram os médicos, foram os enfermeiros, foram os profissionais de saúde, de uma forma geral, o motorista da ambulância, recepcionista de um hospital, do posto de saúde. Esses foram os grandes guerreiros dessa pandemia que nós enfrentamos. Mas quem forneceu o material bélico necessário para vencer qualquer guerra foi a indústria farmacêutica. Tivemos problemas, sem dúvida nenhuma, com a o kit de intubação, e isso foi motivo de várias audiências públicas, para a gente discutir isso. Tivemos esses problemas, o mundo inteiro teve falta desses produtos, e o Brasil não ficou diferente, mas nós conseguimos, sem dúvida nenhuma, ampliando produção, tendo gastos muito maiores. Para você ter uma ideia, o frete de produtos durante a pandemia quintuplicou”, afirma. Nelson Mussolini cita como exemplo os preços dos contêineres usados para recepção de insumos importados. Enquanto isso, no Congresso Nacional, parlamentares defendem o projeto para reverter o reajuste dos medicamentos.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here