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Em áudio, Mauro Cid nega citação a “golpe” na delação

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Foto: reprodução

O tenente-coronel Mauro Cid relatou em uma conversa que não teria falado a palavra “golpe” na delação premiada que fechou com as autoridades dentro da investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado durante o último ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com uma apuração da revista Veja publicada nesta quarta (29), Cid relatou em uma conversa com um interlocutor desconhecido que a palavra “golpe” teria sido inserida nos autos da delação pela Polícia Federal. A reportagem traz o trecho do áudio em que ele teria negado a citação e que teria ocorrido no ano passado.

“Vou te dizer… Esse troço tá entalado, cara. Tá entalado. Você viu que o cara botou a palavra golpe, cara? Eu não falei uma vez a palavra golpe, eu não falei uma vez a palavra golpe! Então, quer dizer… Foi furo, foi erro, sei lá, acho até a condição psicológica que eu tava na hora ali [do depoimento]. P… Eu não falei golpe uma vez. Não falei golpe uma vez”, diz Cid na gravação.

Há a suspeita de que o áudio seja de uma conversa que ele teve no ano passado em que apontou uma suposta pressão pela Polícia Federal para colaborar em uma narrativa já pronta, e que quase lhe custou o acordo.

“Eles já estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa dele. É isso que eles queriam, e toda vez eles falavam ‘olha, a sua colaboração tá muito boa’”, disse na época.

Cid ainda citou que o ministro Alexandre de Moras, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), já tem uma “sentença pronta”, e que estaria esperando o momento certo para prender “todo mundo”. “Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”, completou.

Pouco depois, Moraes determinou a volta de Cid à prisão, enquanto que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro afirmou que foi apenas um desabafo em uma conversa “informal, privada, particular, sem intuito de ser exposta em revista de grande circulação”.

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