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Com queda histórica de homicídios, o que o Espírito Santo tem a ensinar a Pernambuco?

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Foto: Ascom/SSP

Apesar da criação de um novo programa de segurança pública e da promessa de mais investimentos na área, Pernambuco segue registrando alta nas mortes violentas intencionais. Entre janeiro e março deste ano, 989 pessoas foram mortas. O aumento foi de 9,16% em relação ao primeiro trimestre de 2023, quando 906 vidas foram perdidas. Na contramão, o Espírito Santo tem se destacado entre os estados brasileiros por causa da redução histórica dos homicídios.

Ao longo de 2023, o Espírito Santo somou 967 assassinatos. O número é o menor desde 1996, quando o governo estadual passou a contabilizar as estatísticas. Houve uma queda de 47,59% em relação a 2010, quando foi criado o programa Estado Presente. Naquele ano, o Estado somava 1.845 mortes e tinha a segunda maior taxa de violência do País. Nesses números não estão incluídos os óbitos em decorrência da intervenção policial.

A queda a partir de 2011 foi observada até 2017, quando ocorreu um pico de violência. Naquele ano, 1.408 pessoas foram assassinadas. Um aumento de 19% em relação a 2016. A estatística pode ser explicada pela greve da Polícia Militar, iniciada em fevereiro de 2017 e que durou 22 dias. Ao todo, 219 mortes foram somadas no período de paralisação.

Nos dois anos seguintes, houve queda contínua dos números. Mas em 2020, com a chegada da pandemia da covid-19, houve um novo pico, com 1.107 assassinatos. Nos três anos seguintes, houve mais uma sequência de reduções.

Interessante notar que o modelo de segurança pública adotado pelo Espírito Santo é muito parecido com o Pacto pela Vida, lançado em 2007 pelo então governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).

“Temos três focos estratégicos: prisões de homicidas e traficantes, apreensões de armas de fogo e operações ostensivas. Nessas operações, são realizadas prisões a apreensões, mas elas também demonstram a presença do Estado. Além disso, fazemos análise permanente, com reuniões mensais para entender, em cada uma das cinco regiões integradas, qual eventualmente apresentou escalada da violência e o porquê. Um delegado e um comandante da PM são responsáveis por cada uma das áreas”, explicou o delegado federal Eugênio Ricas, secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Espírito Santo.

Ricas disse que o Pacto pela Vida foi um dos programas que inspiraram o Estado Presente. Assim como em Pernambuco, o governador Renato Casagrande (PSB) participa de reuniões periódicas para acompanhar os resultados e tomar decisões em relação aos investimentos que devem ser feitos para atingir as metas. Nos encontros, o Poder Judiciário também está presente.

Desde fevereiro deste ano, após intensas críticas da oposição e de gestores do próprio governo, a governadora Raquel Lyra passou a fazer reuniões semanais de monitoramento das estatísticas da violência em Pernambuco. (JC Online)

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