
Blog do Carlos Britto
A problemática referente aos moradores em situação de rua e usuários de drogas no Centro de Petrolina levou a um desabafo de um leitor deste Blog. O clamor dele volta-se sobretudo à tradicional Praça Maria Auxiliadora, uma das mais conhecidas e antigas da cidade.
Segundo o leitor (que prefere o anonimato), o local, que em décadas passadas era ponto de encontro de amigos e casais, hoje transformou-se num “palco de horrores”.
Confiram:
Nas décadas de 1970 e 1980 a Praça Maria Auxiliadora, no Centro de Petrolina, era palco de encontros de amigos e de namorados que lá podiam permanecer durante horas, sem precisar se preocupar com os problemas da vida. Mas hoje, infelizmente essa belíssima praça virou um palco dos horrores e do descaso dos Poderes Públicos.
Por um lado, o tráfico e o consumo de crack a olhos vistos, a receptação de objetos furtados e roubados, com destaque para celulares e bicicletas, e a degradação da vida humana são os novos protagonistas que compõem uma triste cena que se inicia logo ao pôr do sol e se prolonga noite adentro.
Por outro lado, a presença constante de um policiamento ostensivo, a atuação da polícia investigativa e o apoio da assistência psicossocial tornam-se a cada dia meros coadjuvantes que não querem ver, ouvir e falar sobre esse problema social, que cada vez mais afeta a sociedade petrolinense, com graves efeitos e impactos negativos para a economia, a segurança e, acima de tudo, para o bem-estar das pessoas que precisam trabalhar e passar andando pela aquela Praça.
Não é mais admissível que nos dias de hoje, com tantas tecnologias da Comunicação e Informação disponíveis para as Polícias, que podem ser utilizados na prevenção e no combate ao crime, com tantos recursos financeiros, humanos e materiais disponíveis para a municipalidade cuidar das populações em situação de vulnerabilidade social e, inclusive, dos dependentes químicos, e com tantos órgãos da Justiça e da Segurança Pública instalados em Petrolina, a Sociedade e o Poder Público ainda convivam naturalizando esse problema, que apesar de complexo, não é tão complicado para resolver.
Quantos furtos e roubos ainda precisam acontecer para alimentar a economia do tráfico? Quantas pessoas ainda precisarão virar farrapos humanos pelo consumo de crack? Até quando o cidadão terá que viver com medo para ver isso acabar definitivamente?
O que os governos municipal e estadual ainda estão esperando acontecer para fazer valer um dos papéis do Estado: garantir o bem-estar social a todos?
Enquanto nenhuma ação permanente e resolutiva acontece, a rodoviária, a praça do Bambuzinho, o Polo Médico, a Praça Dom Malan, as avenidas, ruas, travessas e calçadões do Centro de Petrolina vão pouco a pouco virando território de bandidos e de dependentes químicos.
Chega! É preciso lembrar que o Centro de Petrolina não é um teatro dos horrores.
Um cidadão que ainda ama essa cidade.