
Por Cidinha Medrado para o blog
Na edição desta segunda-feira (27), o programa Horário Empina Urgente, apresentado por Humberto Gonçalves, recebeu os médicos Dra. Patrícia Luz e Dr. Fernando Bezerra para um bate-papo leve, mas com denúncias sérias sobre a saúde pública no Brasil. O tema principal girou em torno das doenças inflamatórias intestinais, campanha Maio Roxo, e os desafios enfrentados na prevenção e tratamento do câncer colorretal.
Durante a conversa, o cirurgião oncológico Dr. Fernando Bezerra fez um alerta forte sobre a atual situação do Sistema Único de Saúde (SUS). Para ele, o sistema entrou em colapso, especialmente na região do Sertão pernambucano, o que compromete diretamente o diagnóstico precoce e o tratamento adequado de doenças graves, como o câncer. “A população precisa começar a cobrar os representantes sobre o colapso do SUS. É uma coisa gravíssima. O SUS já entrou em colapso e parece que nunca saiu dele”, declarou o médico.
Dr. Fernando lamentou a falta de acesso a exames básicos como a colonoscopia, fundamentais para detectar lesões iniciais no intestino, que muitas vezes podem ser tratadas sem necessidade de cirurgia invasiva. “A gente não consegue quase fazer colonoscopia pelo SUS. Tem que pagar. E muita gente infelizmente não tem como. Quantos cânceres poderiam ser evitados?”, questionou.
A médica Dra. Patrícia Luz reforçou que a prevenção ainda é o melhor caminho. Segundo ela, a alimentação equilibrada e o acompanhamento médico regular são essenciais, sobretudo para quem tem histórico familiar de doenças inflamatórias ou câncer. “Quanto antes a gente descobre, mais chances de evitar complicações graves. O câncer é tratável quando descoberto precocemente, em muitos casos com chances de cura acima de 90%”, disse.
Outro ponto importante destacado foi a mudança no perfil etário dos pacientes. “Hoje, temos cada vez mais casos de câncer colorretal em pessoas com menos de 40 anos. Isso está diretamente ligado aos hábitos modernos — estresse, alimentos industrializados, conservantes. A realidade está mudando e precisamos adaptar os protocolos”, completou Dr. Fernando.
A entrevista, marcada pelo tom descontraído, mas também pela seriedade dos temas, evidenciou a urgência de melhorias no sistema público de saúde e a importância da informação para a prevenção. Assista entrevista: