
O acirramento da disputa política entre aliados da governadora Raquel Lyra (PSD) e do prefeito do Recife, João Campos (PSB), travou pautas em tramitação na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Os dois políticos são potenciais adversários nas eleições para o governo estadual em 2026.
“Esses empréstimos são falhos, já aprovamos um valor expressivo, e o governo parece não ter capacidade de executar. A taxa de execução é de 60% do que foi aprovado, menor que na gestão anterior [de Paulo Câmara, que era do PSB]”, diz o deputado estadual Antônio Coelho (União Brasil).
Dois movimentos de Raquel irritaram o presidente da Assembleia, Álvaro Porto (PSDB), rompido politicamente com a governadora, e deputados próximos a ele.
Mesmo com o empréstimo de R$ 1,5 bilhão travado desde março, Raquel enviou, no início de junho, novo pedido de R$ 1,7 bilhão, o que foi interpretado como uma pressão sobre o Legislativo.
Outro fator que desagradou os deputados, inclusive aliados do governo, foi que a governadora nomeou o advogado Virgílio Oliveira como administrador interino de Fernando de Noronha, driblando a Assembleia, que até agora não fez a sabatina nem votou a indicação dele de forma oficial para o cargo.