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Brics sofre baixas em série e governo Lula passa vergonha com cúpula esvaziada

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Foto: reprodução

Estadão

Ás vésperas do início, a Cúpula de Líderes do Brics sofreu baixas em série que reduzem seu peso político e podem afetar a repercussão de um dos eventos mais importantes da estratégia de inserção internacional do governo Lula. O Palácio do Planalto admite a possibilidade de mais ausências, sobretudo de países do Oriente Médio, o que torna a reunião uma das mais esvaziadas dos últimos anos.

A diplomacia brasileira trabalha para contornar o esvaziamento da reunião. Os negociadores tentam evitar que a ausência dos principais líderes políticos atrapalhe consensos em temas sensíveis, como guerras, o tarifaço comercial e o acordo em torno da proposta de reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas. A intenção da chancelaria brasileira é mandar um recado global pela “preservação do multilateralismo”.

Por reunir os principais países emergentes e alguns dos diretamente envolvidos ou afetados em guerras no Oriente Médio e no Leste Europeu, a cúpula atrai atenção internacional.

Até o momento, o Estadão conseguiu confirmar com delegações estrangeiras e diplomatas brasileiros a vinda dos líderes de Etiópia (Abiy Ahmed), África do Sul (Cyril Ramaphosa), Índia (Narendra Modi) e Indonésia (Prabowo Subianto) – o indiano e o indonésio serão recebidos em visita de Estado, em Brasília, nos dias seguintes à cúpula do Brics no Rio.

Desde a semana passada, a organização brasileira recebeu a confirmação de que os presidentes da China,Xi Jinping, e da Rússia,Vladimir Putinnão viajariam ao Rio.

ausência de Putin era esperada, por causa da ordem de prisão contra ele emitida pelo Tribunal Penal Internacional, por crimes de guerra na Ucrânia. Por fazer parte do Estatuto de Roma, que criou o TPI em 1998, o Brasil teria obrigação de prender o presidente russo. Ele será representado pelo chanceler Serguei Lavrov, mas Putin vai fazer participar por videoconferência da cúpula, com um discurso em vídeo.

Já a ausência de Xi Jinping frustrou o governo Lula, embora os chineses tivessem indicado a dificuldade de que ele voltasse ao Brasil novamente, depois do G-20 em novembro passado. Mesmo assim, Lula foi a Pequim e trabalhou para convencê-lo a vir. Será a primeira vez que Xi Jinping não participa de cúpulas do Brics desde que chegou ao poder em Pequim, em 2013.

O embaixador chinês Zhu Qingqiao comunicou pessoalmente ao Palácio do Planalto que Xi faltaria e seria substituído pelo primeiro-ministro, Li Qiang. O governo da China não deu justificativas claras, segundo integrantes do governo.

Embora reconheça que o presidente chinês fará falta e atrairia outros líderes se viesse, o governo Lula não vê “desinteresse” de Pequim pelo Brics.

Diplomatas também descartam que os cancelamentos tenham como motivo uma tentativa de não desagradar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que vê o grupo como um adversário da ordem ocidental e já ameaçou impor taxas de 100% caso o bloco avançasse na sua pauta de usar moedas locais para transações comerciais no lugar do dólar.

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