O ex-ministro Mendonça Filho vai pedir ao Ministério Público Estadual e ao Ministério Público de Contas, do TCE, que fiscalize todo o processo de aquisição de respiradores pulmonar e equipamentos de UTI para o enfrentamento ao Covid-19 no Recife. O pedido tem como base dois processos de dispensa de licitação feitos pela Prefeitura de cerca de R$ 11 milhões, para compra de até 500 respiradores pulmonar a Brasmed Veterinária, que tem como principal atividade o comercio varejista de animais vivos e de artigos para animais de estimação. “Comprar ventilador pulmonar para humanos numa empresa que vende produtos veterinário causa estranheza. Assim como, o fato de o maior volume de compras do produto, pelos dados disponibilizados pela Controladoria da Prefeitura, ser de uma empresa de capital social muito pequeno de apenas R$ 50 mil e que foi criada há sete meses”, questionou Mendonça, lembrando que o Recife tem 64%. de leitos de UTI fechados por falta de equipamentos como respirador pulmonar.
Segundo Mendonça, o prefeito Geraldo Júlio não pode continuar silenciando sobre os leitos de UTI inaugurados por ele e que continuam fechados. “Só tem 36% dos leitos de UTI funcionando. Segundo a própria Prefeitura, por falta de equipamentos como respiradores e pessoal. Enquanto isso, a fila de espera por um leito de UTI no Recife continua crescendo com o sistema colapsado. A população precisa de explicações”, afirmou.
Mendonça disse que uma busca no portal da transparência mostra que a Prefeitura do Recife fez contratos de dispensa de licitação com pelo menos quatro empresas para aquisição de ventilador pulmonar, embora não disponibilize com facilidade todos os contratos e termos de referência dessas compras. “É fundamental transparência e responsabilidade no uso dos recursos públicos, na prestação de contas dos gastos e das entregas dos serviços e equipamentos. Mais de 500 respiradores foram comprados e a população continua sofrendo na fila de espera por um leito”, afirmou.
Mendonça tem cobrado da Prefeitura do Recife e do Governo do Estado transparência na gestão da crise da pandemia. “O prefeito continua a fazer propaganda, mesmo com a situação dramática que estamos vivendo com UTIs superlotadas e mais de 200 pacientes na fila para atendimento” pontuou.