
Por Manoel Guimarães / Blog do Magno
Prestes a deixar a presidência nacional do PSB após quase onze anos, o pernambucano de Bom Conselho, Carlos Siqueira, de 70 anos, atribui a mudança a uma “renovação geracional”. Neste final de semana, ele passará o bastão do partido ao prefeito do Recife, João Campos, que tem 31 anos. Siqueira, que sucedeu o pai do gestor, o ex-governador Eduardo Campos (1965-2014), ressaltou que a reoxigenação é necessária na política e criticou explicitamente o PT por não renovar seus quadros.
“É preciso dizer que João nunca pediu para ser presidente. Eu que tive uma conversa com ele e defendi uma mudança geracional. Me sinto honrado por ter servido ao PSB, onde estou há 35 anos, como presidente, primeiro secretário de Miguel Arraes e de Eduardo. Mas não quero me perpetuar aqui. João tem disposição, ele aceitou o desafio para o qual foi convocado, porque ele tem extrema capacidade. Estou esperançoso de que ele leve o PSB para renovar a esquerda brasileira, hoje um campo que tem muita carência de lideranças jovens”, afirmou Siqueira, em entrevista ao podcast Direto de Brasília, apresentado por Magno Martins.
“Quando se olha no panorama de 2026, você vê na direita os governadores Romeu Zema, Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado, entre outros. Na centro-esquerda, que não tratou de fazer uma renovação, só se vê o presidente Lula. Acho que a dificuldade de renovar está no PT. Quando Eduardo saiu pré-candidato, a candidatura dele saiu a fórceps, porque a então presidente Dilma Rousseff interferiu tanto. As dificuldades políticas que passamos foram muito grandes, insufladas pelo governo Dilma e por gente do PT. Infelizmente, teve o acidente. Essa resistência aqui é só do PT. Claro que eles são um partido grande, apoiamos eles, mas é preciso ver gente de outras áreas”, disparou.