A Polícia Federal recomendou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) transfira à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a atribuição de segurança da transmissão dos resultados extraídos das urnas eletrônicas após as próximas eleições. O documento foi encaminhado ao Senado no dia 22 de setembro, pelo diretor-geral da PF, Paulo Maiurino.
O relatório que cita a Abin foi elaborado em outubro de 2018, poucos dias antes do primeiro turno da campanha que elegeu Jair Bolsonaro — crítico das máquinas de votação. Nas eleições de 2020, o material da PF sobre as urnas foi levado em consideração no tribunal para a alteração de centralização de dados. No entanto, no TSE a recomendação é tida como descartada, pois tiraria uma atribuição essencial da Justiça Eleitoral. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
O delegado federal Alexandre Ramagem é o diretor-geral da Abin desde julho de 2019. Ele é amigo da família Bolsonaro e chegou a ser indicado pelo presidente para comandar a Polícia Federal. No entanto, a nomeação foi suspensa pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O relatório encaminhado ao Senado foi elaborado por três peritos A Abin é vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O ministro do GSI é o general Augusto Heleno, um dos principais conselheiros de Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto.