Início Notícias 64% da fraude no INSS ocorreu em dois anos do Governo Lula,...

64% da fraude no INSS ocorreu em dois anos do Governo Lula, aponta Investigação

80
Foto: reprodução

Por Poder 360

Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) e investigações da Polícia Federal (PF) revelaram que 64% dos R$ 6,5 bilhões em repasses suspeitos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a sindicatos e associações, entre 2019 e 2024, ocorreram nos anos de 2023 e 2024, durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O montante, que totaliza R$ 4,15 bilhões, refere-se a descontos associativos em benefícios previdenciários, como aposentadorias e pensões, muitos deles sem autorização dos beneficiários.

A Operação Sem Desconto, deflagrada na quarta-feira (23), expôs um esquema de fraudes que resultou na exoneração do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e no afastamento de outros cinco servidores de alto escalão. A investigação, que abrange 13 estados e o Distrito Federal, identificou que 97,6% dos aposentados e pensionistas entrevistados pela CGU não autorizaram os descontos, apontando para irregularidades generalizadas.

Crescimento dos Desvios no Governo Atual

De acordo com o relatório da CGU, os repasses a entidades associativas cresceram significativamente nos últimos dois anos. Em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), os descontos somaram R$ 604,6 milhões, caindo para R$ 510,9 milhões em 2020 e subindo para R$ 536,3 milhões em 2021 e R$ 706,2 milhões em 2022. Já em 2023, primeiro ano do terceiro mandato de Lula, o valor saltou para R$ 1,2 bilhão, alcançando R$ 2,8 bilhões em 2024 – um aumento expressivo que representa mais de um terço do total acumulado no período.

Órgãos de controle, no entanto, destacam que as fraudes tiveram início em 2019, durante a gestão Bolsonaro, intensificando-se a partir de uma instrução normativa de 2022 que facilitou os descontos associativos. A CGU apontou que 70% das 29 entidades analisadas não apresentaram documentação completa ao INSS para justificar os descontos, e muitas não tinham estrutura operacional para oferecer os serviços prometidos, como descontos em academias, planos de saúde e assistência jurídica.

Reação do Governo e Polêmica

O governo Lula classificou o esquema como uma “herança de gestões anteriores” e enfatizou que a operação foi conduzida por órgãos federais, como a PF e a CGU, demonstrando compromisso com a transparência. O presidente Lula, segundo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, demonstrou “preocupação” e cobrou detalhes sobre as investigações.

A Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou a criação de uma força-tarefa para recuperar os valores desviados, enquanto o INSS suspendeu todos os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) que permitiam descontos por associações. A diretora de Orçamentos e Finanças do INSS, Débora Floriano, afirmou que o instituto elaborará um plano para restituir os valores cobrados indevidamente, mas o ministro da CGU, Vinicius Carvalho, destacou que não há prazo definido para o ressarcimento devido à complexidade do pente-fino necessário.

A oposição, por outro lado, criticou a gestão atual. Postagens no X, como a do usuário

@FabianoTower

, acusaram o governo de permitir que “até aposentadorias virem fonte de propina”, enquanto o deputado Rubinho Nunes (União Brasil) destacou os “R$ 6,3 bilhões em fraudes” nos dois anos de Lula. A narrativa, no entanto, foi contestada por outros usuários, que lembraram que o esquema começou em 2019, sob Bolsonaro.

Envolvimento de Entidades e Servidores

Entre as entidades investigadas está o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), cujo vice-presidente é José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão de Lula. O Sindnapi foi alvo de busca e apreensão e descredenciado judicialmente, mas negou irregularidades, afirmando atuar com “autorizações formais” e apoiar as investigações. Frei Chico não é investigado, segundo a CNN.

A operação também revelou a falta de rigor na verificação de autorizações, com falsificação de assinaturas e ausência de estrutura nas entidades para prestar os serviços anunciados. Dos 40,6 milhões de segurados do INSS, cerca de 6 milhões têm descontos mensais, sendo 80% ligados às entidades investigadas.

Impacto e Próximos Passos

O escândalo, que já é o segundo envolvendo o INSS no governo Lula – o primeiro foi a “farra das passagens” em 2023 –, gerou pressão sobre o ministro da Previdência, Carlos Lupi, que indicou Stefanutto. Fontes da PF afirmam que não há, até o momento, elementos que liguem Lupi ao esquema, mas Lula teria ficado contrariado pela demora em conter as fraudes, já alertadas por relatórios anteriores.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here