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‘Sou um cara de negócios’, diz ex-assessor de Flávio Bolsonaro ao explicar movimentações ‘atípicas’

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Em entrevista ao SBT, Fabrício Queiroz afirmou ter como uma das fontes de renda a compra e venda de carros. Relatório do Coaf indica que ele movimentou R$ 1,2 milhão em um ano

Por Gustavo Garcia, G1 — Brasília

Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor e ex-motorista do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), afirmou em entrevista levada ao ar nesta quarta-feira (26) pelo SBT que é um “cara de negócios”. Ele atribuiu parte dos rendimentos de R$ 24 mil que diz obter mensalmente a atividades de compra e revenda de carros.

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), afirma que o ex-motorista movimentou R$ 1,2 milhão em uma conta bancária durante um ano. Na época da movimentação suspeita, o então assessor, que também é policial militar, recebia salário de R$ 23 mil por mês. As transações foram consideradas atípicas e por isso aparecem no relatório.

O documento do Coaf foi anexado à investigação que resultou na Operação Furna da Onça, um desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.

Na entrevista ao SBT, Queiroz afirmou ter rendimento mensal de R$ 23 mil a R$ 24 mil. Ele declarou que recebia cerca de R$ 10 mil pelos serviços prestados ao gabinete de Flávio Bolsonaro e outros R$ 10 mil a R$ 11 mil “da minha ex-função” (ele é ex-policial militar).

“Eu sou um cara de negócios. Eu faço dinheiro. Eu faço, assim, eu compro, revendo, compro carro, revendo carro. Eu sempre fui assim. Eu gosto muito de comprar carro em seguradora. Na minha época, lá atrás, comprava um carrinho, mandava arrumar, vendia. Tenho segurança, tenho uma segurança”, disse.

Queiroz faltou duas vezes a depoimentos marcados pelo Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro. Na última sexta-feira (21), os advogados afirmaram que o ex-assessor teve uma “inesperada crise de saúde” e não pôde comparecer.

Na entrevista, ele afirmou que tem um câncer no intestino e que terá de se submeter a uma cirurgia. “Não estou fugindo do MP”, disse.

O assessor não quis comentar depósitos feitos na conta dele pela filha e pela esposa. “Esse mérito de dinheiro eu queria explicar ao Ministério Público”, disse.

Queiroz recebia da Assembleia Legislativa um salário de R$ 8.517 e acumulava rendimentos mensais de R$ 12,6 mil da Polícia Militar. Ele foi exonerado em outubro do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

O documento do Coaf também aponta que Queiroz repassou R$ 24 mil para Michelle Bolsonaro, futura primeira-dama. Sobre esse pagamento, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que se referia à quitação de um empréstimo de R$ 40 mil feito por ele ao ex-motorista.

Questionado sobre o depósito na conta da futura primeira-dama, Queiroz reiterou a versão apresentada por Jair Bolsonaro.

“O nosso presidente já esclareceu. Tive um empréstimo de R$ 40 mil e passei dez cheques de R$ 4 mil. Nunca depositei R$ 24 mil”, afirmou.

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