Início Notícias Raquel Lyra classifica como ‘barbárie’ linchamento de suspeito de matar criança em...

Raquel Lyra classifica como ‘barbárie’ linchamento de suspeito de matar criança em Tabira

212
Governadora de Pernambuco Raquel Lyra – Foto/ Junior Souza/JC Imagem

No dia seguinte ao linchamento do homem suspeito de matar uma criança de 2 anos no município de Tabira, no Sertão de Pernambuco, a governadora Raquel Lyra classificou as cenas de violência como uma “barbárie”. E reforçou que há investigação em curso para apurar os crimes relacionados.

Antônio Lopes Severo, de 42 anos, conhecido como Frajola, suspeito de violentar e assassinar o menino Arthur Ramos Nascimento, foi retirado da viatura da Polícia Civil por populares e agredido até a morte, na noite da terça-feira (18).

“É lamentável que a gente veja cenas como esta. A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social já instaurou inquérito para poder apurar esse caso e enxergar os erros que aconteceram. A população não pode revidar com linchamento, o que foi uma barbárie que foi acometida”, disse Raquel, nesta quarta-feira (19), no Palácio do Campo das Princesas.

“O sentimento de justiça aflora muito, especialmente quando se trata de um crime contra uma criança, mas o Estado precisa fazer o seu papel. Não só de investigação ao crime acontecido contra a criança, mas também a instauração para apurar a conduta dos envolvidos no linchamento”, completou.

A mulher suspeita de ter participado do crime, Giselda da Silva Andrade, 30, também ficou ferida.Ela foi levada para uma unidade de saúde, onde foi atendida e já recebeu alta. Ela está em um presídio feminino, mas o nome não será revelado pelo governo estadual por motivo de segurança.

A criança foi encontrada morta e com indícios de violência física e sexual no último domingo. Uma vizinha prestou socorro e acionou a polícia.

A mãe de Arthur estava em outro Estado e deixou a criança sob os cuidados de Antônio e Giselda, que eram considerados amigos dela.

De acordo com a delegada Joedna Soares, o casal já tinha antecedentes criminais e havia sido preso anteriormente por homicídio e tráfico de drogas.

A Polícia Civil informou que instaurou inquérito para apurar o linchamento e identificar quem participou da ação. “A conduta do policiamento também será apurada”, reforçou a nota oficial.

Além disso, a Delegacia de Tabira vai continuar investigando o assassinato de Arthur. A delegada Joedna Soares descartou a participação da mãe do menino no crime.

MÃE DA CRIANÇA FAZ DESABAFO

mãe de Arthur usou as redes sociais para desabafar sobre o caso. E também para dar a versão dela sobre o motivo de ter deixado o filho com o casal suspeito do crime.

“Eu não abandonei meu filho, eu estava trabalhando. Eu errei em confiar nessas ‘almas sebosas’. Eu tenho provas de que estava em busca do sustento para o meu filho. A culpa é deles, e não minha. Pelo amor de Deus, eu não tenho mais cabeça para ler comentários negativos” , disse Geovana Ramos.

Ela contou ainda que o pai da criança já é falecido. E, por necessidade de ir trabalhar em outro Estado, deixou Arthur sob os cuidados do casal, que era amigo dela e já tinha colaborado em outras situações.

Geovana disse que está sofrendo ameaças, mas que não tem culpa pelo assassinato do filho.

“ELE TINHA DIREITO A DEFESA”, DIZ IRMÃO DE SUSPEITO MORTO

Em entrevista à TV Jornal Interior, o irmão do suspeito linchado declarou que ele deveria ter tido direito a se defender. E que os policiais foram omissos ao levarem os suspeitos para a cidade onde o crime ocorreu.

“Um policial foi lá em casa dizer que eles (suspeitos) iam para a Delegacia de Afogados da Ingazeira. Quando a gente menos espera, aparece um vídeo dele chegando em Tabira e aconteceu o que aconteceu. Eu acho que até que se prove o contrário, ele tinha o direito de defesa. E, antes disso, ele tinha que esperar o resultado da perícia. Estava nas mãos da Justiça. Houve omissão dos policiais”, afirmou Paulo Lopes.

“Se estava em Afogados da Ingazeira, porque não deixou lá? O que vi foi omissão, uma tragédia aquela. Se ele deve, tem que pagar. Agora não daquela forma. Se esse homem foi inocente? Quem é a população para julgar? O menino chamava ele de pai. Ele adorava o menino”, questionou.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here