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PT: um partido que era para ser diferente, mas se tornou igual

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Do JC Online
Por Ayrton Maciel

Um partido diferente dos demais partidos, inclusive os comunistas. Essa era a ideia. No discurso à época e no manifesto está a oposição às práticas e concepções dos partidos tradicionais, tanto na organização quanto nas práticas, inclusive os marxistas de todas as linhas. Um partido, por isso, múltiplo em tendências ideológicas, mas averso a dogmas e à disciplina partidária. Sem definição ideológica e programática pronta, fechada.

Fundado em 1980, nos estertores da ditadura militar de 64 e renascer do movimento sindical do ABC paulista, o PT define-se como um partido de esquerda, defensor do socialismo, mas sem delinear qual socialismo. O partido tem revelado descompromisso com o exercício vertical da hierarquia e dificuldades para punir infidelidades, indisciplinas e malfeitos, atribuição que acaba disperso entre suas alas, camuflando a impunidade.

No momento da reabertura democrática do regime militar, o PT acabou catalisando insatisfeitos com as tradicionais concepções e formações partidárias anteriores a 64, o distanciamento dessas organizações da população e a descrença na ortodoxia das siglas comunistas, além do argumento de que jamais tinha existido uma agremiação dos trabalhadores. O PT foi delineado por ideias de organização sindical e orientações programáticas de intelectuais, acadêmicos de origem marxista – parte oriunda do PCB – e católicos ligados à Teologia da Libertação.

Com 35 anos de vida e há 13 anos no comando do País, o PT ainda não tem um programa partidário. Conduz-se por um estatuto, resoluções de congressos e um código de ética. Não possui um programa partidário, que definiria seu perfil ideológico, mas que está substituído pelo manifesto de fundação, onde diz que representa os trabalhadores, que “querem se organizar como força política autônoma”. Propõe-se, então, a submeter “as decisões sobre a economia aos interesses populares”.

Do Colégio Sion, em São Paulo, onde foi fundado, ao dias de hoje, o PT filiou um exército 1,7 milhão de militantes. O seu braço sindical é a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a maior corporação de sindicatos do País. Nos anos 80, ganhou as primeira eleições em grandes capitais, como São Paulo e Fortaleza, e disputou todas as eleições presidenciais, desde o retorno das eleições diretas, a partir de 1989.

Elegeu Lula (2002 e 2006) e Dilma (2010 e 2014), governos que instituíram políticas públicas para combate à miséria, inclusão social e geração de empregos, mas acabou envolvido em escândalos como Mensalão e o Petrolão. O primeiro grande desgaste, porém, ocorreu em 2003, no primeiro governo Lula, com a reforma da Previdência. O conflito interno acabou levando a uma debandada de parlamentares da esquerda dogmática, que se desligaram e formaram o PSOL. Apesar dos traumas, continua como o segundo maior partido do País, menor apenas que o PMDB. Tem, atualmente, 12 senadores e 89 deputados federais, 149 deputados estaduais, 635 prefeitos, 604 vice-prefeitos e 5.191 vereadores.

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