O prefeito de Serrita, no Sertão de Pernambuco, Aleudo Benedito, insiste em querer mudar o nome da tradicional Missa do Vaqueiro para Festa do Jacó. Em 2024, não houve a festa, e o prefeito culpou a Fundação Padre João Câncio e os vereadores. Todos lembram da confusão provocada pelo prefeito e da repercussão negativa na imprensa e nas redes sociais. Era ano de eleição, e parecia tudo arquitetado para que os vereadores contrários ao projeto não fossem reeleitos.
A Câmara de Vereadores ainda nem iniciou os trabalhos do biênio 2025/2026, e o executivo já enviou ontem, dia 13, o Projeto de Lei n° 003/2025, que apaga da história a tradicional Missa do Vaqueiro e institui a Festa do Jacó, reconhecendo-a como patrimônio cultural e imaterial do povo serritense. A Missa do Vaqueiro já faz parte do calendário turístico do estado e também é reconhecida como patrimônio cultural e imaterial de Pernambuco.
A Missa do Vaqueiro não é apenas uma festividade, mas um evento histórico marcado por celebrações que nos conectam com o passado e com as raízes culturais, sendo um momento de celebração das conquistas locais, das tradições e até mesmo das lutas históricas de uma comunidade que, ao longo dos seus 54 anos, preserva sua história. O que o prefeito está tentando fazer é uma tentativa de REESCREVER a história a seu “GOSTO”, um desejo de silenciar o passado e promover um apagamento cultural sem respeitar o entendimento da identidade coletiva.
Esse tipo de situação levanta uma reflexão mais ampla sobre a importância da memória coletiva na formação da sociedade. A história de um povo não é um documento estático ou algo que se possa apagar facilmente. Ela vive nas ruas, nas festas, nas tradições e, principalmente, nos corações de quem a mantém viva.
Vamos aguardar o que acontecerá na Câmara de Vereadores, mas fiquem sabendo que a mobilização está atenta aos acontecimentos e, inclusive, a governadora Raquel Lyra já foi comunicada sobre os fatos na Capital do Vaqueiro.
Fátima Canejo
