A polêmica no Supremo continua mesmo após o ministro Alexandre de Moraes recuar da proibição de reportagens que citavam o presidente do tribunal, Dias Toffoli.
A medida que atingiu a matéria publicada pela revista Crusoé e o site O Antagonista provocou alívio, mas não resolveu o mal-estar gerado pela medida.
A reportagem citava a delação de Marcelo Odebrecht que associou Dias Toffoli ao apelido “amigo do amigo de meu pai” numa planilha apreendida pela Polícia Federal.
Alexandre de Moraes também é o relator do inquérito aberto por determinação do próprio presidente do STF para investigar ofensas e ameaças aos ministros da Corte.
Dentro do tribunal, cresce a pressão para que a investigação seja arquivada, como sugeriu a procuradora geral da República, Raquel Dodge.
Mas o presidente do Supremo não só manteve o inquérito, como também prorrogou por 90 dias o prazo para que o relator apresente as conclusões.
Seguindo a mesma linha da PGR, pelo menos 7 ações solicitam ao Supremo a anulação da ação.
O relator desses pedidos é o ministro Edson Fachin, que pode decidir sozinho ou levar o caso para análise do plenário.
Para o especialista em direito público Rodrigo Machado, o STF ainda deverá viver tempos turbulentos pela frente.
Caso decida levar o tema para análise dos outros 10 ministros, Fachin precisará comunicar Dias Toffoli para marcar a data do julgamento.
Mas o presidente do Supremo insiste que não houve censura às publicações e que as investigações de ameaças aos integrantes do tribunal devem continuar.