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O ‘fantasma’ que assombra a corrida eleitoral ao governo de Pernambuco

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Foto: reprodução

Por Mateus Henrique / Conexão Política

Um fantasma político ronda Pernambuco. A terra dos altos coqueiros presencia algo que nunca se viu na história política do Estado. Cinco candidatos ao governo apresentam chances reais de vitória. São eles: Anderson Ferreira (PL); Miguel Coelho (União); Raquel Lyra (PSDB); Danilo Cabral (PSB) e Marília Arraes (SD).

Dentre os nomes mencionados acima, os três primeiros são ex-prefeitos de municípios. Todos eles foram reeleitos com altos índices de aprovação em suas respectivas cidades.

Os outros dois são figuras carimbadas na Câmara Federal. De acordo com o site Ranking dos Políticos —que avalia o desempenho dos parlamentares em Brasília— ambos ocupam uma das piores posições no quadro geral. Marília Arraes aparece em 531° (saldo geral) e Danilo Cabral em 474° (saldo geral). Ao todo, a lista engloba 574 políticos.

O histórico de Pernambuco

Ao analisar o histórico político que envolve o Governo de Pernambuco, em um micro recorte desde 1986, é possível enxergar uma nítida polarização entre dois candidatos. A disputa cravada somente entre duas figuras só passa a mudar em 2006, quando uma terceira candidatura apareceu com expressividade de votos. O então candidato Eduardo Campos (PSB) entrou na corrida eleitoral e embaralhou o rumo político. Com isso, o pleito foi levado ao 2º turno. Posteriormente, em 2010, sob o comando de Campos, a mesmice voltou a rondar Pernambuco com uma provincia sem muitas e boas alternativas.

A polarização na disputa ao governo

  1. Após ter buscado exílio durante o Regime Militar, o socialista Miguel Arraes (PMDB) decidiu disputar a eleição daquele ano e venceu José Múcio (PFL).
  2. Passado as tensões do período militar no Brasil, Joaquim Francisco (PFL) venceu Jarbas Vasconcelos (PMDB). Na época, Miguel Arraes e Dr. Roberto Magalhães decidiram sair da corrida majoritária e foram disputar vagas na Câmara dos Deputados. Ambos encerraram o pleito como os parlamentares mais votados.
  3. Miguel Arraes volta a disputar o governo do Estado. Desta vez, pelo então (PSB). Ele venceu o rival Gustavo Krause (PFL).

1998 e 2002. Com cerca de 64,13% dos votos, Jarbas Vasconcelos (PMDB) colocou fim na reeleição de Miguel Arraes. Após o primeiro mandato, derrotou Humberto Costa (PT) e garantiu a reeleição.

  1. Eduardo Campos (PSB), que é neto de Miguel Arraes, apareceu na disputa de uma forma inusitada, como mencionado anteriormente. Ele obteve mais votos que Humberto Costa (PT), que estava sendo apoiado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Por fim, consolidou espaço no segundo turno.

O duelo final foi marcado contra o governador Mendonça Filho (DEM), que ocupava o lugar de Jarbas. Sem êxito, foi derrotado. Eduardo Campos o venceu com 65,36%.

  1. Jarbas Vasconcelos (PMB) voltou a disputar. Eduardo Campos (PSB), no entanto, dominou toda a estrutura do Estado e venceu com 82,84% — ganhando em todos os municípios de Pernambuco.
  2. O então governador Eduardo Campos explorou todo aparato político que montou no Estado e lançou Paulo Câmara (PSB). Como já era previsto, os socialistas venceram Armando Monteiro (PDT). Com isso, o estado de Pernambuco se manteve sem muitas e boas alternativas, com personalidades sempre inclinadas ao campo progressista.
  3. Mesmo com alto índice de rejeição e sem mais o apoio do falecido Eduardo Campos, Paulo câmara conseguiu ser reeleito, cravando vitória novamente contra Armando Monteiro.

2022 chegou. Com ele, Pernambuco experimenta o cenário mais incerto de todos os tempos. Dos cinco nomes mencionados no início desta coluna, os quatro inseridos na imagem são os que de fato possuem chances reais de destronar os 16 anos de PSB (Campos [2006-2014] e Câmara [2015-2022].

Anderson Ferreira (PL); Marília Arraes (SD); Miguel Coelho (União) e Raquel Lyra (PSDB) ocupam posições confortáveis em relação ao nome de Danilo Cabral, escolhido a dedo pelo PSB para dar continuidade a mais 4 anos da mandato em Pernambuco. Sob apoio do atual governador, além de contar com o aval massivo de Lula, Cabral enfrenta dificuldades políticas e não tem pontuado bem entre os principais institutos de pesquisa.

E agora, José?! Ao que tudo indica, este ano será marcado por uma disputa acirrada, cuja decisão final será tomada no segundo turno. Após décadas de polarização, sob reinado do PSB que tomou para si os últimos 16 anos, Pernambuco pode surpreender e acabar elegendo uma ‘zebra’, um fantasma que ronda. Nomes tidos como inesperados podem emergir até o final do primeiro turno e varrer a hegemonia instaurada pelo socialismo.

Como diria o hino oficial pernambucano, “salve, ó terra dos altos coqueiros. De belezas soberbo estendal. Nova Roma de bravos guerreiros. Pernambuco imortal, imortal!”.

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