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Marília Arraes diz estar ‘à disposição’ para disputar Prefeitura do Recife

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Foto: Arquivo Blog do Roberto

Oito meses após ter a candidatura ao governo de Pernambuco rifada pelo acordo entre o PT e o PSB, a deputada federal petista Marília Arraes afirmou nesta quarta-feira (17), em entrevista à Rádio Cultura do Nordeste, estar à disposição para disputas majoritárias em 2020 e 2022. Apesar de o seu partido ter voltado a compor as gestões socialistas no Estado e no Recife, a parlamentar voltou a criticar o governador Paulo Câmara (PSB), a quem atribui “incompetência”, e comparou o caso a 2010, quando as duas siglas eram aliadas e romperam dois anos depois.

“Tendo a oportunidade de disputar uma majoritária, seja em 2020 ou 2022, claro que estou totalmente à disposição”, afirmou ao ser questionada sobre a possibilidade de disputar a Prefeitura do Recife no ano que vem. Ela foi entrevistada no programa Comando Geral da Notícia.

“Mas é preciso também uma dedicação grande a esse mandato de deputada federal por causa desse momento politico que estamos vivendo. Sou a única mulher que representa Pernambuco lá na Câmara e são tantas questões que nos dão uma responsabilidade grande que não vou entrar em picuinha partidária”, enfatizou. “Claro que meu nome está à disposição para fazer uma disputa caso seja necessário no partido, mas estou preocupada em exercer bem o mandato, porque as grandes decisões do País estão passando pelo Congresso e nós precisamos elevar o nível do debate”.

Marília Arraes ainda negou que tenha planos de sair do PT para se candidatar a prefeita. “Não faz parte da minha formação ter uma insatisfação e sair do partido”, disse.

Após a deputada, então vereadora do Recife, fazer pré-campanha ao Governo de Pernambuco, o PT costurou nacionalmente uma aliança com o PSB que fez com que os petistas retirassem o nome dela em Pernambuco e entrassem na chapa de Paulo Câmara. O apoio envolvia o acordo para que os socialistas não apoiassem o candidato do PDT à presidência, Ciro Gomes. O senador Humberto Costa, um dos principais articuladores, foi reeleito com o governador.

Este ano, o PT indicou nomes para o primeiro escalão de Paulo Câmara – Dilson Peixoto, na Secretaria de Desenvolvimento Agrário – e de Geraldo Julio – Oscar Barreto na pasta de Saneamento. Além disso, o vereador João da Costa, que assumiu a vaga deixada por Marília Arraes na Câmara do Recife, anunciou o retorno do PT à Frente PopularMARILIA E HUMBERTO

Marília Arraes e Humberto Costa após encontro de delegados em Pernambuco (Foto: Leo Motta/JC Imagem)

A deputada, porém, mantém a postura contrária ao PSB, partido que ela deixou há três anos. “Não vejo justificativa política para mudar meu posicionamento. Houve uma negociação para tentar salvar o governo ruim que Paulo Câmara faz. Mas o governo dele não mudou, a forma de gestão não mudou. A incompetência e a falta de liderança também não mudaram, então por que vou mudar meu posicionamento politico?”, disse na entrevista.

“Mas a política é muito dinâmica. Se voltar ao ano de 2010: Eduardo Campos (primo dela) ganhou a eleição, o PT já fazia quatro anos que estava na base aliada do PSB e que estava junto com o PSB na prefeitura com João da Costa, que tinha o vice do PSB (Milton Coelho, hoje chefe de gabinete de Paulo Câmara). Humberto Costa foi eleito na chapa de Eduardo Campos e dois anos depois estavam rompidos. Quem diria que isso iria acontecer em 2012, aquela confusão toda?”, relatou ainda.

Em 2012, sem uma decisão do PT sobre lançar João da Costa à reeleição, o PSB rompeu com os petistas e lançou Geraldo Julio à PCR. O Partido dos Trabalhadores se dividiu e chegou a fazer prévias, lançando Humberto Costa como candidato a prefeito e João Paulo a vice, derrotados ainda no primeiro turno. No ano seguinte, para viabilizar a candidatura de Eduardo Campos à presidência, os socialistas deixaram o governo Dilma Rousseff (PT) e, em 2014, apoiaram nacionalmente Aécio Neves (PSDB) no segundo turno. No Estado, o PT ficou com Armando Monteiro (PTB) na eleição.

Marília Arraes continuou: “Em 2016, o PSB massacrava o PT, a campanha de Geraldo Julio contra João Paulo (hoje no PCdoB, por causa de atritos com aliados de Marília Arraes em 2018) foi uma coisa violenta. Falavam do PT, de Dilma, de Lula, falavam como se o PT tivesse inventado a corrupção. Dois anos depois, estão aí agarrados com o PT porque Pernambuco é um dos estados mais lulistas do Brasil”.

“Então, eu acho que a gente precisa esperar”.

Para 2020, um dos nomes cotados no PSB é do primo dela João Campos. ( Por Amanda Miranda)

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