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Juiz decide manter Geddel Vieira Lima em prisão preventiva; ex-ministro chora

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Ex-ministro do governo Temer foi preso na segunda-feira por suspeita de atrapalhar investigações sobre desvios na Caixa Econômica Federal. Quase ao final da audiência, ele chorou.

G1 / Foto: reprodução

juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, titular da 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, decidiu manter nesta quinta-feira (6) a prisão preventiva do ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso na última segunda (3) em Salvador. Desde esta quarta-feira 5), ele está no presídio da Papuda, em Brasília.

A decisão de manter a prisão preventiva foi tomada durante audiência de custódia com a presença do próprio Geddel e do advogado. O ex-ministro chorou ao final da audiência. Com a decisão, não há prazo para a saída de Geddel da prisão, mas o juiz Vallisney Oliveira deverá voltar a analisar o pedido na semana que vem.

O magistrado também negou a aplicação de medidas alternativas, como prisão domiciliar, uso de tornozeleira eletrônica e proibição de contato com outros investigados.

Um dos aliados mais próximos do presidente Michel Temer e responsável pela articulação política do Palácio do Planalto até o fim do ano passado, Geddel foi preso por suspeita de atrapalhar investigações da Operação Cui Bono, que apura supostas fraudes na liberação de crédito da Caixa Econômica Federal – Funaro iniciou negociações com o MP para delação.

Ao pedir a prisão, o Ministério Público Federal argumentou que Geddel pressionou a mulher de Lúcio Funaro, preso em Curitiba, a fim de evitar uma delação premiada do doleiro, preso em Curitiba pela Operação Lava Jato.

Geddel foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa entre 2011 e 2013, no governo Dilma Rousseff. De acordo com as investigações, manteve a influência sobre a instituição desde que Temer assumiu a Presidência em maio de 2016.

Geddel Vieira Lima durante audiência de custódia na Justiça Federal

Choro

Durante a audiência de custódia, que durou cerca de uma hora e meia, Geddel falou mais no início, para negar que tenha telefonado para a mulher do doleiro Lúcio Funaro com intuito de evitar que ele fizesse delação premiada, como suspeita o Ministério Público.

“Tenho a crença inabalável, convicção, de que em nenhum momento tomei nenhuma atitude que pudesse ser de longe interpretada como embaraço à Justiça ou às investigações, muito ao reverso”, afirmou.

Pouco depois, com a voz já embargada, disse que cumpriria quaisquer medidas restritivas que lhe fosssem impostas em substituição à prisão.

“Me comprometo a cumprir ipis literis e não tomar nenhum passo que possa me levar ao imenso constrangimento que estou vivendo do ponto de vista pessoal e moral. Com toda a convicção, creia nisso”, disse.

Ele também se emocionou, com a voz alterada, quando o procurador Anselmo Lopres, do Ministério Público, lhe perguntou se em algum momento pressionou alguém para que deixasse de fizer algo do interesse da Justiça.

“Nenhum instante. Repudio da forma mais veemente possível. Em nenhum momento. É algo que é impossível alguém consiga provar, demonstrar, em nenhum momento, em nenhum instante, em nenhuma circunstância, de nenhuma forma, posso lhe assegurar olhando nos olhos do senhor”, afirmou, fungando.

O abatimento foi maior ao final da sessão, quando Vallisney de Oliveira disse que “infelizmente” não poderia atender neste momento ao pedido de liberdade.

Cabisbaixo, Geddel permaneceu quase calado e somente cochichando com seu advogado, que tentava, sem sucesso, trocar a prisão por restrições como prisão domiciliar, uso de tornozeleira eletrônica, proibição de contato com outros advogados e entrega de passaporte.

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