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Governador do RJ diz que presos por morte de Marielle e Anderson podem fazer ‘delação premiada’

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Wilson Witzel diz que prisão de assassinos de Marielle é resposta para a sociedade

Wilson Witzel diz que prisão de assassinos de Marielle é resposta para a sociedade

Por Henrique Coelho, G1 Rio

O governador do Rio de janeiro, Wilson Witzel, o secretário de Polícia Civil, Marcus Vinícius Braga, e delegados da Delegacia de Homicídios (DH) concederam entrevista coletiva, na manhã desta terça-feira (12), para dar esclarecimentos sobre a prisão de do PM reformado Ronnie Lessa e do ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, suspeitos do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

“Esses que foram presos hoje poderão fazer uma delação premiada”, afirmou Witzel, após falar sobre a comparação dessa investigação com a Lava Jato e a possibilidade de novas fases da investigação do caso Marielle.

O governador ainda destacou que hoje o estado trouxe respostas à população. “É uma resposta importante que nós estamos dando para a sociedade: a elucidação de um crime bárbaro cometido contra uma parlamentar, uma mulher, no exercício de sua atividade democrática. Teve sua vida ceifada de forma inaceitável. Mas muito mais ainda inaceitável porque estava exercendo seu mandato”, disse o governador, logo no início da coletiva.

Ronnie e Élcio foram presos, na manhã desta terça, em uma operação conjunta da Divisão de Homicídios e do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Eles também respondem pela tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, assessora da vereadora.

Segundo a polícia, Lessa foi o autor dos disparos que atingiram Marielle e Anderson, enquanto Élcio foi o condutor do Cobalt utilizado no assassinato. Os investigadores agora tentam esclarecer quem foi o mandante e qual a motivação do crime.

Marielle Franco e Anderson Gomes — Foto: Reprodução/JN

Marielle Franco e Anderson Gomes — Foto: Reprodução/JN

O chefe da Divisão de Homicídios da Capital, Giniton Lages, justificou o tempo que demorou para se chegar aos dois envolvidos. “Esse é um dia muito especial porque é um ano de investigação, um ano de comprometimento desses policiais. É preciso que a imprensa entenda que o sigilo em algumas informações é imprescindível. Jamais um profissional pode fazer uma perícia ou encontra um dado e revelar isso”, garantiu Giniton.

É importante ressaltar, contudo, que a polícia do Rio de Janeiro prendeu o suspeito de efetuar os disparos e o motorista do veículo, mas ainda não esclareceu quem foi o mandante das execuções. Em função disso, a Polícia Civil fará uma segunda fase de investigações.

Complexidade da investigação

Ainda segundo o delegado, na maioria dos crimes as testemunhas ajudam a solucionar, mas, nesse caso, a execução e o monitoramento não ajudaram.

“Não estamos diante de um crime passional. Não se trata disso. Percebemos isso desde o início. Determinados casos, pela complexidade, não vão fechar rápido. Foi necessário se concentrar no que aconteceu antes do crime.”, explicou Giniton, destacando que o inquérito tem 29 volumes de 200 a 230 folhas, cada.

Ainda de acordo com o delegado, os autores permaneceram dentro do veículo esperando por Marielle por duas horas.

“Em momento nenhum saíram do carro. Não saíram do veículo nem na hora do assassinato. A dinâmica mostra que esse era um crime fora do normal. Em 80% dos casos, os assassinos são solucionados por meio de testemunhas – e isso não seria possível nesse caso”, garantiu o delegado, enfatizando que Ronnie é um policial reformado que passou Batalhão de Operações Especiais (Bope), considerado a tropa de elite da PM do RJ.

Governador Wilson Witzel concede entrevista coletiva para detalhar prisão de suspeitos da morte de Marielle Franco — Foto: Henrique Coelho / G1

Governador Wilson Witzel concede entrevista coletiva para detalhar prisão de suspeitos da morte de Marielle Franco — Foto: Henrique Coelho / G1

O delegado ainda destacou que as câmeras não foram desligadas propositalmente para dificultar a identificação dos culpados. “As câmeras hoje, como estão posicionadas, não servem à investigação. As câmeras são voltadas para a contagem de veículos e trânsito”, explicou Giniton.

Segundo ele, 2.428 antenas foram quebradas para monitorar celulares na investigação do caso. “Foram quebradas mais de 33 mil linhas telefônicas analisadas e 318 linhas telefônicas interceptadas”.

A polícia monitorou 443 Cobalts prata. Com os filtros de horário e local, os policiais chegaram a 126 carros, trabalhados um a um. “É só conversar com os proprietários de Cobalt. Todos foram visitados”, garantiu Giniton.

Prisões

Segundo informações obtidas pelo G1, Ronnie e Élcio estavam saindo de suas casas quando foram presos. Eles não resistiram à prisão e nada disseram aos policiais.

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