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Filho de pai analfabeto, professor pernambucano concorre ao prêmio do Global Teacher Prize, o “Nobel da Educação”

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Jayse Ferreira esteve em Araripina participando da abertura da Jornada Pedagógica 2019 e conversou com Roberto Gonçalves da Rádio Arari FM; ouça a entrevista

Por Roberto Gonçalves / Foto: Blog do Roberto

No último sábado (02), o radialista Roberto Gonçalves entrevistou no programa Debate Geral da Arari FM, um dos 50 melhores educadores do mundo. Trata-se do pernambucano Jayse Ferreira, que esteve em Araripina participando da Jornada Pedagógica, que aconteceu no início do ano letivo da rede municipal de ensino.

Filho de pai analfabeto, o professor da rede estadual em Itambé, na Mata Norte de Pernambuco. Aos 38 anos, o mestre de fala mansa e muitas ideias vai disputar o prêmio Global Teacher Prize com profissionais de lugares como o Japão, Vietnã, Inglaterra, Portugal, China e Austrália. No Brasil, apenas ele e uma professora de São Paulo integram a homenagem destinada a quem dedica a vida a formar gerações.

Em 2014, Jayse Ferreira apresentou o projeto “Etnias do Mundo”, premiado pelo Ministério da Educação naquele ano, além de ter rendido ao educador da a Escola de Referência de Itambé o título de melhor professor na categoria ensino médio do 8º Prêmio Professores do Brasil.

O projeto visava trazer auto estima aos alunos resgatando o orgulho das suas raças, seja negra, indígena, parda ou branca, além de tentar acabar com o preconceito de cada uma delas. Para isso, incentivou a pesquisa, filmes, ensaios fotográficos e muitas atividades envolvendo a comunidade para discutir as origens da etnia de cada aluno.

Em 2017, quando venceu pela segunda vez com projeto Vamos encurtar essa história, ele convidou os estudantes a levarem para sala de aula o que eles mais gostavam: jogos, filmes e séries. A proposta era fazer que os alunos recriassem os finais através de roteiros inéditos. Três curtas-metragens foram realizados pelos garotos com base na realidade local.

Jayse diz que a indicação ao prêmio será mais um elemento motivador aos estudantes: “Parece que a ficha não caiu. Mas a sensação é de orgulho. Gosto de usar essa oportunidade pra mostrar a meus alunos que eles podem ir mais longe”. Ouça a entrevista:

Para filtrar os nomes, o comitê de premiação leva em consideração o emprego de práticas educacionais escalonáveis, inovadoras, que tenham resultados visíveis, causem impacto na comunidade, melhorem a profissão docente e ajudem os alunos a tornarem-se cidadãos.

Além de Pernambuco, São Paulo também está representado na lista com Débora Garofali, professora de tecnologias da EMEF Ary Palmeiras. Os dois foram escolhidos entre mais de 10 mil nomes de 179 países e agora aguardam a próxima etapa, na qual a Academia do Prêmio Global de Professores vai anunciar os 10 finalistas na disputa pelo prêmio de U$ 1 milhão de dólares, que será entregue em 25 março de 2019, em Dubai, capital dos Emirados Árabes.

Atualmente, o Global Teacher Prize está na sua quinta edição, e já teve dois brasileiros entre seus 10 finalistas, sendo eles o capixaba Wemerson da Silva Nogueira, em 2017, e o paulista Diego Mahfouz, em 2018. Até hoje, no entanto, nenhum brasileiro ganhou o prêmio.

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