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Em processo de negociação, a Associação Recreativa e Cultural de Araripina – ARCA, precisa se dobrar à realidade

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Seus sócios-donos, maiores interessados num desfecho rápido, agora passam a contar com a pressão da sociedade

Por Ronaldo Lacerda / Foto: reprodução WhatsApp

CLUBE ARCA (Araripina) depois da tempestade de 21 de fevereiro de 2019 e de décadas de abandono. A antiga piscina é isto aí que vêem. O velho palco é só saudade. As quadras de cimento e areia, nem vestígios. Em processo de negociação, a Associação Recreativa e Cultural de Araipina precisa se dobrar à realidade. Seus sócios-donos, maiores interessados num desfecho rápido, agora passam a contar com a pressão da sociedade que antes também se ‘escondia’ atrás de 10 fileiras de tijolos para não ver a realidade nua e crua.

Caso o negócio com o pretenso interessado não venha a se concretizar, cabe à prefeitura usar o direito de preempção que lhe confere o estatuto da cidade para propor troca por outro terreno e, para o local, tão central e histórico, encontrar melhor destino, que pode ser uma bela Praça de uso múltiplo com espaço reservado para o futuro ‘Palácio Municipal’ – lembrando ao menos de longe o que fizeram em Recife na Praça da República, onde está o Campo das Princesas. Isto, se não sucumbirmos antes ao indomável poder do capital, que deve transformar o histórico lugar em Centro de compras com lojas âncoras.

Mas qual sócio não gostaria de ver agora ali onde brincou, dançou e se divertiu, um lugar Verde, bonito e aprazível para que seus netos e bisnetos possam também dar pulos de alegria e cambalhotas de liberdade? Toda escolha tem suas consequências. No caso do Clube Arca, ela será marcante independente do que seja decidido.

Ou teremos um belo lugar, verde, imponente, com um ‘Palácio Municipal’ ao fundo, cercado de palmeiras imperiais também imponentes, a ser gerido pelos governantes do futuro que sequer pisaram o Salão de Festas do velno ARCA; ou do contrário, teremos um moderno centro comercial, com lojas e prestadores de serviços predadores, que mais cedo ou mais tarde mudarão o destino do dinheiro do varejo e o jeito do povo gastar. Esta parece ser a decisão mais provável, e que certamente terá impactos no antigo Centro Comercial, hoje congestionado por carros que circulam sem disciplina e sem espaço.

Toda decisão tem consequências. No caso do ARCA, será tomada pelos herdeiros dos fundadores do clube e da cidade. Que cidade queremos ter? Como já disse bem antes o russo León Tolstói (1828-1910): ‘Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia’.

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