
A apuração na eleição parlamentar da Alemanha confirmou a vitória do conservador Friedrich Merz, de direita moderada, neste domingo (23), assim como a ascensão da AfD, o partido de extrema direita. Com todos os 299 distritos contabilizados, a CDU de Merz alcança 28,6% dos votos, em linha com as últimas pesquisas, contra 20,8% da legenda populista.
É o melhor resultado da extrema direita em 90 anos, ou desde a era nazista, que arrastou a Alemanha para a Segunda Guerra Mundial. Com o dobro de votos do pleito de 2021, confirma a onda de populismo que já prevalece em diversos países da União Europeia, como Itália, Holanda, Hungria e Áustria, mas que alcança novo patamar com uma presença forte da AfD no Bundestag, o Parlamento alemão.
“É um grande dia para a Alemanha”, escreveu em rede social o presidente americano, Donald Trump, reiterando a dimensão internacional que o pleito ganhou.
Alice Weidel, líder e candidata a primeira-ministra pela sigla, afirmou que está “pronta para participar do governo”. “Nossa mão sempre estará estendida”, disse a parlamentar em recado explícito ao vencedor. Ainda que tenha aceitado votos da AfD para tentar aprovar uma legislação anti-imigração, Merz afirmou reiteradas vezes que não formará uma coalizão com a sigla radical.
O momento econômico, a crise imigratória, inflamada por episódios de violência recentes, e o conturbado cenário internacional fizeram os alemães comparecerem em massa às urnas. Segundo estimativa do Instituto Wahlen, 83% dos aptos a votar exerceram seu direito, o nível mais alto desde a reunificação alemã, em 1990.