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Delegada da extinta Decasp compara corruptos com genocidas

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Patrícia Domingos ficou à frente da Decasp por três anos e 10 meses
A delegada Patrícia Domingos, que chefiou a antiga Decasp, concedeu entrevista à Rádio Jornal na tarde desta segunda-feira (10)

Rádio Jornal / Bobby Fabisak/JC Imagem

A delegada de Polícia Civil em Pernambuco, Patrícia Domingos, concedeu entrevista à Rádio Jornal na tarde desta segunda-feira (10) e comparou pessoas que cometem o crime de corrupção como “genocidas”. Patrícia falava sobre o dia de combate à corrupção e listou uma série de prejuízos que esse tipo de crime causa à sociedade como um todo.

“A gente pode classificar o corrupto como um verdadeiro genocida. Ele destrói uma geração inteira. Os municípios onde a educação é precária, onde a saúde não atende como deveria, as pessoas morrem nesses hospitais, as pessoas morrem por falta de medicamento, as pessoas deixam de ter um futuro digno, de ter empregabilidade… Acabam debandando para o crime por não terem uma educação que dê realmente uma condição de ter um emprego decente no futuro. Então o corrupto ele causa um estrago na sociedade, gigantesco”, disse Patrícia Domingos, que era titular da Delegacia de Crimes Contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp), extinta no último mês depois da criação do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRACO). Atualmente, Patrícia ocupa cargo na Delegacia de Homicídios e proteção à Pessoa (DHPP).

Decasp

Sobre o fim da Decasp, a delegada disse que, da forma como foi feito, causou perplexidade: “Causou uma perplexidade pela forma como foi feito. Um projeto de lei que extingue uma delegacia e ainda mais em regime de urgência, considerando que era uma das delegacias mais produtivas do Estado de Pernambuco. Fora a perplexidade que causa, realmente, a tristeza por uma equipe especializada, uma equipe amplamente capacitada para realizar esse tipo de trabalho que hoje não se encontra mais reunida”. Confira a entrevista na íntegra.

Ouça:

Relembre:

Por 30 votos a favor e seis contra, a Decasp foi extinta, junto com a Delegacia de Crimes contra a Propriedade Imaterial (Deprim), para criação do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco). O projeto, encaminhado e aprovado em regime de urgência – sob protestos de vários órgãos de fiscalização, delegados e movimento sociais, que temem a descontinuidade das investigações sobre crimes de corrupção – prevê duas novas delegacias vinculadas ao departamento, uma com atuação na capital e Grande Recife, e outra no interior.

Uma ação popular movida por formandos da Faculdade de Direito da UFPE concedeu liminar estabelecendo que a Decasp mantenha suas atividades por pelo menos mais 45 dias, sob o comando da delegada Patrícia Domingos, que esteve à frente da delegacia e havia sito transferida para o DHPP.

A decisão foi do juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública, Augusto Napoleão Sampaio Angelim. Em sua decisão, o Juiz entendeu que haveria perigo em aguardar o fim do processo e determina que Patrícia Domingos prossiga para a conclusão das investigações dos processos que estavam em curso.

A liminar foi derrubada no dia 21 de novembro, acatando pedido feito pelo Governo do Estado no dia 19. Na peça, o Estado argumentava que restabelecer a Decasp depois de ter sido extinta traria prejuízos aos cofres públicos.

O texto também criticava o que seria uma “personalização da Decasp” na pessoa da delgada Patrícia Domingos, que chefiou a delegacia por cerca de 4 anos e havia sido reconduzida ao cargo na sexta-feira (16), em decorrência da decisão liminar: “(…) a DECASP não é formada tão somente por uma delegada de polícia. Há uma equipe envolvida de servidores públicos. Não é possível personalizar um órgão público em um única servidora pública. O magistrado determina o ressurgimento provisório de um órgão público, já extinto, tão somente para que uma servidora pública possa concluir inquéritos judiciais, procedimentos investigativos e a catalogação de todos os procedimentos”.

O Draco iniciou suas atividades nesta segunda-feira (10), com a inauguração da nova sede física e também a ação policial de uma operação deflagrada, com mandados de prisão contra pessoas ligadas ao ex-presidente da Câmara de Vereadores de Paulista, na Região Metropolitana do Recife.

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