
Por Revista Veja
No final de janeiro o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou o resultado primário do governo central, composto pelo Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social. Divulgado o déficit primário ficou em 0,36% do Produto Interno Bruto (PIB), antes das exceções previstas na lei que criou o arcabouço fiscal. Com elas, o rombo ficou em 0,09% do PIB, ou 43 bilhões de reais e bateu, portanto, a meta fiscal do ano. Em entrevista coletiva, Lula afirmou que o resultado era virtualmente zero e cravou: “Um déficit de 0,1% é 0%”. Um mergulho nas contas públicas, contudo, mostra que há muito o que melhorar ainda. É o caso das estatais federais que acumulam rombos bilionários em seu terceiro mandato.
A União controla 123 estatais. Segundo o Ministério da Gestão, em 2023 (os dados mais recentes), 27 delas registraram prejuízo contábil, totalizando 5,3 bilhões de reais. Na conta, estão desde empresa classificadas como dependentes, isto é, vivem às custas do Tesouro, pois geram pouquíssima receita própria, até companhias independentes que, em tese, deveriam faturar o suficiente para cobrir seus custos.
As dez campeãs de prejuízo no ano retrasado responderam por 4,8 bilhões, o equivalente a 90% das perdas registradas. No topo da lista, está a PNBV, uma empresa controlada pela Petrobras com sede na cuja atividade é a compra, venda e leasing de equipamentos petrolíferos. Em segundo lugar, vem a Codevasf, que atua em obras nos vales dos rios São Francisco e Parnaíba. O Top 10 é completado por por Correios, Docas do Rio, Embrapa, BB AG, CBTU, Ebesrh, Telebras e Nuclep.