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Cadê os R$ 500 milhões das estradas?

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Por Magno Martins

Há exatamente um ano e dois meses, o governador Paulo Câmara (PSB) lançou de forma espalhafatosa o programa “Caminhos de Pernambuco”, pelo qual pretendia recuperar 5.554 km de estradas em péssima qualidade. Englobava 364 rodovias, com orçamento estimado em R$ 505 milhões. O tempo se encarregou de mostrar que tudo ficou apenas nas boas intenções. De boas intenções, o inferno está cheio, dizia minha avó, repetindo lugar comum de um velho ditado.

O tempo passou, quase nada foi feito e ninguém sabe do destino do montante reservado. Na realidade, em um ano, as estradas pioraram muito mais, ao contrário das promessas do governador. Trechos bastante movimentados, como a BR-232, ligando Recife a Caruaru, de tão esburacados viraram uma ameaça à vida de qualquer cidadão obrigado a trafegar por ali. A rigor, não há uma estrada digna de registro no Estado, diferentemente da vizinha Paraíba, aonde qualquer destino se chega ao fim em verdadeiros tapetes.

Desde domingo passado, quando postei um vídeo do que trecho que virou pó entre Sertânia e Albuquerquené, na volta de Afogados da Ingazeira, passei a receber uma porção de imagens dramáticas expondo a face cruel das estradas pernambucanas, do litoral ao Sertão. O abandono é geral, mas existem trechos nos quais os motoristas são obrigados a andar em baixa velocidade, no máximo em 20 km, que estão sendo um chamariz para a bandidagem.

Chegam ao blog relatos de pessoas assaltadas e até violentadas no mesmo resto de estrada que passei em Albuquerquené. São depoimentos de uma gente sofrida, abandonada pelo poder público, que só sai de casa nas últimas, em caso de extrema necessidade. Ninguém arrisca viajar mais a noite, até empresas de ônibus que fazem a linha da região procuraram o blog para se queixar, porque estão circulando com veículos praticamente vazios.

Na região da sulanca, entre Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, uma senhora grávida perdeu a vida, recentemente, num acidente devido a uma cratera no meio do que restou do asfalto. Com as chuvas do inverno, os pequenos trechos que o Governo fez as chamadas operações tapa-buracos se diluíram, como obra sonrisal. O mais grave é que não existe nenhum posicionamento do Governo quanto aos R$ 505 milhões. Se não existem obras e as estradas estão piores do que antes, ceifando vidas, aonde foi parar a dinheirama?

Com a palavra, o governador!

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